AVENTURAS DE
MOABOM
Mesmo sendo um homem analfabeto, Moabom sabia que o
conhecimento é parte integrante do processo de desenvolvimento cultural, social
e econômico da humanidade, por isso ele dizia para si mesmo: Quando eu
completar a minha maioridade, deste lugar irei embora para um que me der
condição de estudar e trabalhar em outras profissões.
Com estes e outros pensamentos na mente, no final da
década de 1960, ele levantou-se sedo da rede que dormia em uma casa coberta e
tapada com palha de coco babaçu, piso de chão batido, sem água encanada e
energia elétrica, abraçou os irmãos e deu benção aos pais. Lágrimas rolaram-lhe
pelo rosto, tornando aquele momento de despedida profundamente marcado na sua
vida, pois estava se mudando para a cidade, onde iria morar, estudar e
trabalhar em outras profissões.
Viajou a pé pelas veredas do lugar que morava, sob o
sol castigante daquele dia. Por causo da temperatura escaldante na região ele
esvaia-se em suor. No final da tarde avistou uma casa, com as mesmas
características da que ele morava, ao se aproximar daquele casebre, viu pessoas
fraternas as quais lhe ofereceram hospedagem, pois o lugar que ele pretendia
chegar ainda estava distante e tinha muitos obstáculos e animais ferozes pelos
caminhos a serem percorridos, como tal, naquela moradia ele pernoitou.
No dia seguinte, tomou café com farinha de puba e
recebeu do chefe da família, que lhe deu apoio um cavalo selado para continuar a
sua viagem. Naquele animal Moabom montou e saiu em direção da cidade. Os cascos
do animal batiam no chão da estradinha que viajava sem parar, os quais
produziam ondas sonoras que vibravam nos seus ouvidos, como se fosse música
clássica.
Ao pino do sol, ele encontrou um poço com cerca de 50
metros de profundidade, dele retirou água para dar de beber o cavalo, que
espumava de sede. Depois que saciou a sede do animal, dos alforjes retirou milho
e colocou na cocheira para o cavalo comer. Tirou também farofa e rapadura para o
seu almoço. Em seguida viajou para o destino traçado, onde chegou no fim do dia.
Na residência de uma bondosa viúva, pediu arrancho e
foi atendido. O cavalo foi entregue para o senhor Raimundo Ferreira, morador da
gleba São Benedito. Depois tomou banho em um chuveiro que jorrava água potável
com abundância, coisa que ele não conhecia, pois na sua terra berço o banho era
de cuia com água retirada de uma cacimba, trocou de roupa, comeu pão com café e
leite, em seguida se deitou em uma rede e dormiu serenamente até o raiar do dia
seguinte.
A sua primeira atividade na cidade que escolheu para
morar, foi se matricular na Escola Municipal Teixeira de Freitas, para estudar no
período noturno, em seguida foi à rua procurar emprego. Mas por ser analfabeto,
muitas das pessoas que ele batia na porta, diziam não. Após alguns dias de
caminhada, adentrou em um restaurante e ao seu dono pediu comida e emprego. Com
simpatia ele disse: “Moço aqui servimos café da manhã das 6 as 8 e das 11 as 14
horas servimos almoço para viajantes e comerciantes, os quais costumam dar
gorjetas para os garçons, então se você puder ajudar fazer estes serviços em
nossa casa gastronômica, terá como ajuda 3 refeições por dia e as gorjetas oferecidas
pelos clientes serão sua, pois no momento eu não poço empregar ninguém”.
Mesmo sendo uma proposta sem valor definido que
ele iria receber pelo trabalho que iria prestar como garçom naquele
restaurante, Moabom disse para o proprietário da casa: Não importa o valor que
vou receber, mas é com grande entusiasmo que eu aceitar a sua oferta de emprego.
Estou ansioso para um relacionamento longo e mutuamente vantajoso, e farei o
meu melhor para viver de acordo com a fé que você está depositando em mim
através de sua decisão de me dar uma oportunidade de trabalho.
Estou animado com a perspectiva de contribuir
para o sucesso da sua casa gastronômica tem tido e espero esta oportunidade,
porém lembrando-lhe que não tenho experiência profissional nesse tipo de
trabalho, mas estou determinado a aprender o que eu ainda não sei. Tenho
certeza que minhas habilidades irão traduzir bem o excelente ambiente que é
este restaurante. Por fim, mais uma vez, agradeço-lhe por sua vez, a confiança
que você depositou em mim, e por esta oportunidade maravilhosa de se juntar à
equipe prestadora de serviço nesta casa. E no dia
seguinte começou a trabalhar como garçom.
As gorjetas recebidas eram
depositadas em um cofrinho de barro. No final de cada mês, ele abria o recipiente
e pegava o dinheiro, com o qual comprava roupa, calçado, material escolar e
outras coisas indispensáveis à sobrevivência de um dedicado trabalhador e estudante
que pretendia ser doutor.
No decorrer dos anos que estudou e trabalhou, ele
registrou em sua mente que a profissão de estudante e garçom era uma condenação
e ao mesmo tempo celebração, mesmo que seja sem remuneração salarial, pois ali
ele estava adquirindo conhecimento e aprendendo ser útil ao seu próximo.
Evidentemente que vencer tempo e distância na
movimentação de bens ou na entrega de serviços de forma eficaz e eficiente é a logística
de quem pretende vencer na vida e isso Moabom fez em tudo que fazia no
restaurante que trabalhava como garçom e na escola que estudava. Por se sentar
no banco da frente e anotar tudo que as professoras ensinavam-lhe, ele passou
de letra em todas as matérias dentro do período estipulados para ser diplomado
doutor do ABC, concluir o ensino básico e se matricular no curso que preparava
pessoas para ingressar no ginásio. Como ele passou no exame, recebeu das suas
professoras o troféu de estudante nota dez, um sonho que ele tinha desde
pequeno.
Em maio de 1972, ele foi aos órgãos competentes do
município que havia nascido tirar os documentos: Registro de Nascimento,
Identidade, Título de Eleitor, Reservista e Carteira de Trabalho. Em 15 de
novembro votou pela primeira vez, para prefeito, vereador, deputado estadual e
federal. Por ter feito campanha para o candidato que perdeu a eleição, foi chacoteado
com piadas de mau gosto, pelos os frequentadores do restaurante que ele trabalhava
logo que o Juízo eleitoral diplomou os eleitos.
Sem dizer uma só palavra para as pessoas que lhe
criticavam, ele foi à agência de viagem do amigo Zé Lotenga, comprar uma
passagem para um lugar distante daquela cidade, a qual ficou marcada para as 8
horas do dia 30 de dezembro de 1972. Depois de ter comprado a passagem, visitou
as pessoas que lhe deram apoio, bons ensinamentos, e novos conhecimentos para desejar-lhes
feliz natal e próximo ano novo, porém sem dizer que pretendia se mudar daquele
lugar, mas quando em casa chegou arrumou a mala, nela colocou os poucos objetos
que tinha e ficou aguardando à hora da partida, porém antes foi ao restaurante
que trabalhava dizer para o seu proprietário, que iria viajar para um lugar
distante, por isso não mais poderia ajudar no atendimento da casa, servindo os
seus clientes.
No dia e hora marcada, com aquela minguada bagagem no
ombro ele foi até agência e discretamente embarcou no caminhão “Pau de Arara”,
que já estava estacionado na frente da casa de embarque. Enquanto o agente de
viagem etiquetava as bagagens e conferia as passagens, ele ficou sentado num
banquinho de madeira que estava escorado na parede, lendo a poesia de Manuel
Bandeira. “Eu vou-me embora pra Pasárgada”. Quando terminou a leitura, subiu na
carroceria do caminhão que já fazia sinal de partida e nele viajou 23 horas
ininterruptas por empoeirada e esburacada estrada de chão batido. Ao raiar do
sol do dia seguinte, o condutor do veículo disse: “Senhores passageiros,
estamos chegando à cidade que os jagunços matam dois por dia e deixam outros amarrados
para matarem no dia seguinte, o fim desta viagem, cuidado com suas bagagens,
obrigado pela companhia e até outra oportunidade”. Minutos após, suavemente ele
estacionou na parada final. Na calçada daquela velha e maltratada casa de
desembarque Moabom ficou cerca de uma hora sentado, em cima de sua minguada
bagagem, meditando sobre o que poderia acontecer consigo, pois nada conhecia
naquele lugar e muito menos no que ele pretendia conhecer, que ficava um pouco
mais à frente.
Enquanto ele refletia sobre a sofrida viagem que
acabava de fazer até ali e no que poderia acontecer consigo dali em diante,
pois muito chão ainda teria que andar, apareceu na sua frente um ancião, com
óculos de grossas lentes no rosto, dirigindo um caminhão carregado com variados
tipos de mercadorias dizendo: “Quem vai para o vale do Açaí”? Esse anúncio foi
o suficiente, para que em poucos minutos, o veículo do velho ficasse lotado de aventureiros
como ele e seguiram viagem em direção do norte por uma estrada repleta de
buracos e poeira, porém sombreada por uma densa floresta.
Ao pino do sol o motorista estacionou o carro, onde
estava acontecendo uma feira pública, ali como cão sem dono Moabom ficou
vigiando as coisas que trazia consigo e pensando para onde iria. Ele se sentia perdido
e sem saber o que fazer, pois estava com fome e sem dinheiro. Olhava para o que
se passava ao seu redor e viu gente que subia e descia o morro que ficava do
lado da feira, que estava repleta de camelôs oferecendo mercadorias, quando de
repente apareceu na sua frente um simpático ancião dizendo: “Eu tenho um hotel,
fica perto daqui e com preço bem acessível”.
Como ele estava enfadado por causo da estafante
viagem que acabava de fazer, sacudiu a poeira que tomava conta do seu corpo e
respondeu ao ancião: “Acabei de chegar neste lugar, vim para nele ficar e
trabalhar, não tenho dinheiro, e muito menos bens materiais, mas determinação e
disposição para vencer as dificuldades que atormentam muitos brasileiros como
eu que estou com mais de 30 horas viajando encima da carroceria de caminhão pau
de arara e sem me alimentar é coisa que não me falta. Portanto, preciso de um
lugar para tomar banho, comer alguma coisa e descansar, se o senhor tiver
coragem de hospedar um forasteiro nestas condições, porém honesto, aqui estou a
sua disposição”.
O velho disse: “Eu me chamo Manilim e a minha esposa
Lourdinha, somos donos de uma casa de hospedagem. Para você que está em
dificuldade, vou cobrar um preço bem camarada, com direito a tomar banho de
cuia, café com pão, almoçar e jantar comida caseira e dormir em rede”. Em
seguida, pegou a bagagem e levou para a hospedaria, que era um tanto modesta: coberta
com cavacos de madeira e paredes de taipa, o piso era de cimento, a água de
bebê, cozinha e tomar banho vinha do riacho que dava nome ao lugar, em tambores
carregados na carroça de tração animal, o preciosos liquido era colocado em um
tanque de cimento construído no quintal, onde os hóspedes tomavam banho e
faziam suas necessidades fisiológicas em um buraco coberto e cercado com tabuas.
No período da noite a iluminação da casa era feita com candeeiro de azeite.
Conforme havia combinado, após o banho e trocar de
roupa, almoçou carne de veado mateiro com arroz cozinhado na lenha, em uma rede
de algodão, que estava pendurada na sala de recepção Moabom se deitou para descansar.
Lá pelas tantas da tarde, os feirantes começaram a
embalar as mercadorias que estavam expostas para venda na feira. Naquele
momento, da rede Moabom se levantou e por maltratadas ruas da comunidade saiu
andando a pé em direção a um barulho de pandeiro e zabumba que tocavam sem
parar, um pouco mais em abaixo.
Ao se aproximar daquele local, ele viu pessoas
dançando de forma agitada. Com o dono do estabelecimento, o senhor Joaquim
Conceição, Moabom conversou um pouco sobre as condições sociais e culturais do
lugar que acabava de conhecer. Para a sua surpresa, aquele moço deu-lhe
informações bastante temerosas:
- Aqui é uma terra sem lei, segurança, semanalmente
básico, jagunços e pistoleiros matam gente diariamente, não existe escola,
hospital, médico, dentista, energia elétrica e água encanada. Tudo aqui
acontece ao bel prazer das pessoas, que chegam a todo o momento, disse Joaquim
Conceição.
Como homem temente a Deus, naquele instante Moabom
levantou as mãos para o céu dizendo:
- Ai, meu Deus, o que vim fazer neste prostíbulo, um
dos lugares mais imundos e pecaminosos que o homem de bem não deve conhecer?
E dali se retirou imediatamente para a hospedaria,
onde orou e do Grande Arquiteto do Universo pediu luz e sabedoria para
enfrentar as dificuldades, que porventura iriam lhe atormentassem naquele lugar.
Depois da oração se sentou em um tamborete de madeira, tomou em suas mãos uma
caneta e em um pedaço de papel e nele escreveu o nome de algumas arvores que a
natureza havia plantado nos arredores daquela indescritível cazinha de
hospedagem e das estradas que ele andou em direção daquele lugar, as quais
formavam uma densa floresta, na qual morava uma fauna bastante diversificada.
Como leitor que era ao concluir as anotações que
fazia no seu diário, sobre vegetação, clima, fauna, relevos e solos, leu parte
do livro “Pau de Arara” escrito pelo potiguarense Câmara Cascudo, o qual conta
a história de uma vara utilizada no interior do nordeste brasileiro no transporte
de arara. Em razão da algazarra feita pelas aves quando estavam sendo
transportadas em jaulas, que era similar à dos passageiros ambulantes que viajavam
sentados encima de tábuas de madeira amarradas na carroceria de caminhão coberta
com lona, que faziam zueira por estradas bastante precárias, cujo meio de
transporte ganhou de forma pejorativa, o nome de “Pau de Arara”, sobre o qual o
músico Luís Gonzaga, compôs a canção “Em Último Pau de Arara”, a qual retrata
de forma poética, a peregrinação de muitos que deixam o sertão em busca de
melhores dias para si e familiares, como fez Moabom no inicio da década de 1970.
Vinício de Morais, em parceria com Carlos Lira,
também compôs uma canção intitulada “Pau de Arara, na qual ele usa o termo
nas duas acepções: a do veículo e a do passageiro, que viaja em transporte não
recomendável pela legislação brasileira de trânsito. Mesmo assim eles continuam
transportando pessoas para muitos lugares do Norte e Nordeste Brasileiro, principalmente
para assentamentos e povoados de difícil acesso, pelo fato das estradas serem
de péssima qualidade.
Deitado em uma rede de algodão confeccionada em um
tear artesanal, que estava sendo alumiada por um candeeiro de azeite pendurado
na forquilha de cumieira, Moabom terminou a leitura do livro e dormiu serenamente
até o amanhecer do dia seguinte. Quando acordou foi ao refeitório da hospedaria,
sentou-se em um tamborete de madeira ao lado da mesa que estava uma garrafa com
café e um prato com beiju de tapioca, regado com azeite de coco, orou a Deus
pelo pão que iria servir de alimento ao seu corpo naquele dia e humildemente
pediu Dele: luz e sabedoria para as coisas que pretendia fazer naquele lugar
tão hostil.
Em seguida se alimentou com um pouco de tudo que
estava na mesa e conversou, sobre trabalho com um sujeito que estava sentado do
seu lado dizendo que serrava madeira de lei naquele lugar e vendia as pranchas
para marceneiros da capital. Moabom disse para aquele moço: estou precisando de
trabalho como homem da roça sei manusear vários instrumentos. Por ter demonstrado
disposição e sinceridade no que dizia, foi contratado para cortar no machado e
serragem no serrote toras de madeira na floresta dos arredores daquele lugar,
porém só recebia pelo trabalho prestado quando a mercadoria fosse entregue na
capital do estado e o marceneiro efetuasse o pagamento da mercadoria comprada.
Por estar desempregado e ter determinação, Moabom aceitou
a proposta e no mesmo instante foi com o desconhecido sujeito ao campo cortar e
serrar arvore de até 200 sentimentos de rodo e 20 metros de altura.
A pontualidade, o desempenho e a eficiência do que
ele fazia, foi o suficiente para em poços meses de trabalho uma carrada de
madeira ficasse pronta e levada para a Marcenaria Bom Milagre, em um caminhão. O
frete e o local de entrega da mercadoria. Por motivo de saúde, o patrão de
Moabom não pode ir a marcenaria entregar a madeira, receber o dinheiro e pagar
o frete do caminhão, que já estava carregado. Por volta do meio dia de uma
ensolarada teça feira, Moabom se agasalhou em cima das pranchas e com três
estranhos sujeitos, viajou em direção do norte. No momento da partida ele disse
para o patrão, certa vez o grande escritor francês Victor Hugo escreveu: “Na
vida temos muitas surpresas, boas, ruins, inesperadas”. Portanto, viajar encima
da carroceria de um caminhão carregado com madeira é mais uma aventura que este
determinado brasileiro não se recusa a fazer e viajou solitariamente por
estadas esburacadas e repletas de obstáculos até o destino traçado.
Após um dia e uma noite de viagem o caminhão foi estacionado
no pátio de um posto de arrecadação de tributo do estado, onde o condutor pegou
a nota fiscal da madeira e seguiu a sua trajetória por caminhos escabrosos até o
destino final, onde chegou no amanhecer do 2º dia de viagem. Lá a madeira foi
medida e refugada, pois estava fora do padrão que a marcenaria havia encomendado;
por este motivo o pagamento foi combinado para depois. Fechado o negócio e
combinado a data do recebimento do dinheiro, o caminhão foi descarregado, o
motorista e seus ajudantes se evadiram do local sem deixar endereço.
Isolado ali Moabom ficou sozinho sentado na calçada
da marcenaria, lamentando o que seria de si, pois lá não conhecia ninguém e não
tinha dinheiro e nem lugar para ficar até receber o dinheiro. Mas está escrito:
Quem fé em Deus tem Ele proverá as suas necessidades.
Naquele momento de lamentação, um senhor de cabelos
grisalhos, se aproximou de si e se identificou com o nome de Raimundo Sales e
convidou Moabom para ficar na sua casa até que as coisas fossem resolvidas. O
convite foi aceito e na Rua Nova Esperança, ele dormiu em cima de um sofá pouco
higienizado.
No amanhecer do dia seguinte, com o proprietário da
casa Moabom tomou café com pão e foi procurar serviço no canteiro de obra da
construtora Itapoã, a qual construía uma enorme ponte, sobre o Rio Anil.
Como ele não tinha nenhuma especialidade no ramo da
construção civil, ou seja, só sabia a profissão de agricultor de subsistência,
garçom e cortar toras de pau com machado e serrar com serrote manual, só
conseguir lavar pedra de seixo e encher pilares de sustentação da ponte com
concreto, a um cruzeiro por dia trabalhado. Quando encerrava o expediente
daquele pesado trabalho, Moabom ia ao escritório receber o seu salário, com o
qual ele comprava comida preparada nos arredores do canteiro de obra da
empresa, que prestava serviço na diária. Ia também, estudar em um cursinho pré-vestibular
da Universidade Federal do Estado. Por ter estudado todo programa, foi aprovado
no curso de Medicina.
Quando ele recebeu o dinheiro, foi a uma estação de
rádio pedir ao locutor apresentador do programa Alegria na Taba, que avisasse o
seu patrão o que havia acontecido com sigo naquele lugar e quando ele iria
retornara ao vale que havia embarcado em um caminhão carregado com toras de
madeira para entregar-lhe o valo que havia recebido da marcenaria Bom Milagre. Foi
também ao escritório da empresa que havia lhe dado uma oportunidade de trabalho
na ponte que recebeu o nome do governador do estado e que mais tarde foi
presidente da República do seu País de origem se despedir do engenheiro responsável
pela a obra que ele havia ajudado construir na capital do seu estado natal, o
qual reconheceu a sua bravura e vontade de vencer na vida, por isso deu-lhe uma
bicicleta de presente, a qual serviu de transporte para ele ir da pensão que
ficou hospedado até a Universidade que estudava. Serviu também para a viagem
que fez da Universidade ao campo que ele demarcou para a pesquisa de conclusão
do curso de Medicina.
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Mestre não é só aquele que ensina, mas também, aquele que aprende com seus alunos. "Evangelista Mota Nascimento"