
Seleta: Versos e Prosas
2002 © CENTRO DE CULTURA POPULAR ENGENHEIRO BERNARDO SAYÃO.
Todos os direitos reservados aos autores.
Projeto gráfico:
Centro de Cultura Popular Engenheiro Bernardo Sayão.
Coordenação editorial:
Evangelista Mota Nascimento
João Bosco Gurgel
José Marinaldo Gonçalves de Jesus
Digitação:
Evangelista Mota Nascimento
Revisão:
Francisco da Chagas Pereira Vieira João Bosco Gurgel
Fotos:
Moacir Fernades de Sousa e acervo particular
Capa:
Concepção dos autores
Diagramação:
Ciro Almeida Pessoa
Impressão e acabamento:
Gráfica Universo Ltda
Patrocínio de publicação:
SECRETARIA MUNICIPAL DE EUCAÇÃO, CULTURA, DESPORTO E LAZER DE AÇAILÂNDIA.
PREFÁCIO
Entre tantos ilustres escritores e poetas que fazem parte do Centro de Cultura Popular
Engenheiro Bernardo Sayão, escolheram-me para prefaciar sua primeira coletânea. Aceitei, não sem
relutar internamente, mas aceitei. Vale, pois, não o tamanho do livro. "Seleta: Versos e Prosas",
uma obra onde os valores artísticos desta região somaram conhecimentos buscados e pesquisados
na sabedoria que lhes são peculiares.
Fugindo do anonimato, eles apresentam com notável sutileza, àqueles que gostam de cultura,
seus conhecimentos literários. Uma atitude devera s louvável e necessária, porque reconhecemos,
com muita clareza, nesta gente simples, valores imensuráveis que precisam ser colocados em
evidência e devidamente canalizados para o julgamento do grande público.
Sem esquecer um só dos membros do Centro que, em tempo hábil, apresentaram breve
currículo discorrendo sobre sua produção literária, cada capítulo é prenúncio de propostas subjetivas,
com base na vivência do dia-a-dia de cada um dos autores em destaque.
Assim, mostramos um trabalho que certamente vai interessar aos estudantes e professores, para
que possam lançar seus olhares sobre o fazer literário em Açailândia. Para tanto, a presente obra
serve como argamassa para a construção de um pensamento crítico em torno do que realmente se
passa na vida literária da comunidade. Não que esta se pretenda ser um mostruário de veleidades de
prosa e verso, mas, tao somente um cadinho de experimentos de um novo tempo na arte de fazer
cultura. Com este pensamento, acrescento: sagra -se a cultura, quando ela é reconhec ida nos dons de
quem as cultua..
As verdes e frutificadas palmeiras de açaí que embelezam a capa do livro é uma homenagem
que prestamos a estas árvores, de haste fina e longa, que produzem frutos miúdos, palmito e palhas. A
sua beleza e imponência trouxeram inspiração aos primeiros habitantes desta terra, que a chamaram
de Açailândia.
Evangelista Mota Nascimento
ÍNDICE
Evangelista Mota Nascimento:
Prefácio, Apresentação, Acróstico, Crítico, Cinco, Viagem, Mensagem da paz, Co nhecimentos,
Reflexão de uma filosofia religiosa e Dados biográficos (09/43).
Hélio Rodrigues Braz:
Minha terra natal, Açailândia e o projeto Carajás, A hora de mudar, Nada tenho e Se eu pudesse o que
daria a minha mãe e Dados biográficos (44/53).
João Bosco Gurgel:
O circo e o cerco, A bola, Severino bom de lábia e Dados biográficos (54/58).
Jessé Gonçalves Cutrin:
O aprendizado do primeiro amor e Dados biográficos (59/61).
José Napoleão Nunes Gomes:
O negro três carreiras, Um conto baiano, O jeito de Jeremia e Dados biográficos (62/66).
Luís Gonçalves da Costa:
A família, Leitura recomendada, Maranhão do sul, Saudade, Sua beleza, Tua voz e Dados biográficos
(67/75).
Moacir Fernando de Sousa:
Paisagem solidão, Retratando Açailândia, América, Meu universo é completo com você, Filhos do
sertão e Dados biográficos (76/85).
Evangelista Mota
Evangelista Mota Nascimento, nasceu às 14 horas do dia 27 de agosto
de 1950, na Fazenda Caxixi, Município de Tuntum, Estado do Maranhão.
Filho de Manoel Mota do Nascimento e Maria Tomás Mota.
Foi batizado na Capela Nova Alegria da Paróquia de Presidente
Dutra, Maranhão, pelo Vigário António Poeteri Tavernole (Aniceto), no dia
19 de outubro de 1950. Teve como padrinhos: Raimundo Ferreira Mota e
Viturina Ferreira Mota.
Somente aos 18 anos, pôde estudar. Precisamente, no dia 3 de marco de
1968, efetuou sua matricula na Escola Municipal, Duque de Caxias, cidade de
São Domingos do Maranhão. No dia 13 de dezembro de 1980, foi
diplomado Técnico em Contabilidade, pelo Colégio José Américo de Almeida de Açailân dia,
Maranhão.
Em 1983 prestou vestibular para Medicina na Universidade Federal do Maranhão, onde
estudou até 1985. A pedido, em 1986 foi transferido para a Univer sidade Federal do Pará, onde cursou
Medicina e Odontologia até 1989.
Em 1998 prestou vestibular para filosofia no Instituto de Ciência Filosofia e Religiosa do
Maranhão, curso que concluiu pela Faculdade Associada de Filosofia, Teologia, Ciências Humanas e
Sociais de São Paulo, em 2002.
No dia 3 de março de 1980, ingressou no magistério, onde lec iona Ciência até os dias de hoje na
rede municipal.
No dia 5 de dezembro de 1992, lançou seu primeiro livro "ENSAIO", depôs vieram
"AÇAILÂNDIA E SUA HISTÓRIA", "O IDEAL DE UM GUERREIRO", PASSADO E PRESENTE
DE UM MENINO CHORUMINGO" foi a sua última obra antes desta. No entanto, temos inúmeras
outras prontas, que na hora oportuna serão lançadas ao público.
Na sociedade também tem sua marca registrada. Foi iniciado na Maçonaria no dia 19 de abril
de 1975, onde fez carreira, chegando ao mais alto grau da Ordem, em 14 de março de 1992.
Ajudou a fundar várias Lojas Maçónicas e Capítulos Demolays é igrejas.
Atualmente é membro da Loja Maçónica União e Fraternidade Juscelino Kubitschék, de Dom
Elizeu, Pará e da Igreja Cristã Evangélica de Açailândia.
No dia 17 de dezembro de 1976, casou-se com Raimunda Ferreira do Nascimento, com quem
tem três valorosos filhos.
APRESENTAÇÃO
Felizmente, em algumas situações, o poder dos fatos se sobrepõe ao das palavras. Neste caso:
SELETA: VERSOS E PROSAS é uma obra que abre caminho para muitos escritores amadores
mostrarem seus talentos literários. É também um cartão de visitas para a cultura, onde seus autores
apresentam conteúdos com os mais variados temas, que podem interessar à todos aquele s que estão em busca
de novos conhecimentos.
O sugestivo nome do livro, foi uma unanima escolha que os membros do Centro de Cultura Popular
Engenheiro Bernardo Sayão fizeram quando firmaram convénio com os artistas de Açailândia e região, que
se enfileiraram na nossa causa (fazer cultura). Anónimos e conhecidos: escritores, poetas e contistas, de forma
simples e abranjente apresentarem neste trabalho uma coletânea de assuntos que certamente servirão de base
para alguns trabalhos literários e até mesmo para pesquisas escolares.
Para fechar com chave de ouro o nosso trabalho, citamos uma frase do poeta maranhense Ferreira
Guiar, onde ele disse que "dois e dois é igual a quatro". Essa citação abriu caminho para encerramos esta
apresentação direcionada para duas vertentes: uma horizontal e outra vertical.
- A horizontal chamamos de filhos da terra, chegou sua vez, um assunto que nem preciso defender,
mas como a democracia é sinónimo de liberdade, jamais poderiarmos deixar de lembrar que o processo
político nos dá, a liberdade de escolhermos aquele ou aquela, que apresentem melhores condições de
representar e administrar o nosso País, Estado e Município.
Tratando-se de Açailândia, alertamos que, em outubro de 2004, seu respectivo vice, e mais 15
vereadores, os quais irão representar todos nós e administrar por quatro anos esta cidade.
Já somos quase sessenta mil eleitores, o que certamente, todos gostariam de ser escolhido para tão
nobre missão, mas, isto não será possível, apenas dezesete serão eleitos, os demais t erão que esperar por
mais quatro anos.
Nestes vinte anos, os que foram escolhidos erraram mais do que acertaram, o que não foi bom. Então,
atente para este alerta, que o apóstolo João escreveu. "Disse Jesus, permanecei em fnim, e eu permanecerei
em vós. Como não pode o ramo produzir fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim nem vós
o podeis dar se pão permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanecer em mim, e
eu, nele, esse dá muito fruto porque sem rnim nada podeis fazer" .
Refletindo sobre isso, vimos na ótica horizontal do processo político que, em 2004, devemos atentar
bem para aqueles que vamos eleger para nos representar e administrar bem o nosso município. Como tal, vejo
nas várias categorias profissionais dos filhos da terra, uma opção para 2004.
Os escritores; professores; pedagogos; dentistas; médicos; farmacêuticos; advogados; enge nheiros;
administradores; empresários, comerciantes, em fim, técnicos conhecidos e anónimos que nasceram neste
lugare também os que vieram para ficar, estão atualmente servindo só para eleger forasteiros e pagar
impostos.
Após o enfoque de cada item, o livro ainda apresenta dados biográficos de cada um dos seus autores.
Por fim, antecipadamente, agradecemos a todos aqueles que participara m deste trabalho através de
incentivo ou colaboração na sua publicação.
Evangelista Mota Nascimento
ACRÓSTICO
Evangelista Mota
Em versos eu escrevo,
Vendo e observando:
Assim levo a minha vida,
Nunca os outros julgando.
Ganho elogios e amizades,
Enquanto assim eu vivo feliz;
Luto, e vou ganhando amigos,
Isso é muito bom para mim.
Sigo a vida deste modo,
Trabalhando e trovando,
Ao meu Deus eu agradeço.
Me sentindo tão alegre,
Obrigado meu Senhor;
Teus cuidados são grandiosos
A mim, meu bom Pastor.
Nestas horas tão difíceis,
Ando nos meus pensamentos
Só querendo me expandir.
Crio, não sei de onde,
Inspiração sempre me vem.
Minhas falhas eu conserto,
Estando sempre trabalhando.
Na procura da perfeição,
Tomo minha pena na mão,
Onde sinto mais prazer em viver.
CRÍTICO
Evangelista Mota
Orando ou rezando a meu Deus,
Peço clemência para toda esta gente
Dessa maneira não tem quem aguente
Viver tão amargamente;
Para mim é um grande castigo
Ser traído por quem julgava ser amigo.
Que criticam todos por besteira,
Não há mesmo quem aguente
Ouvir as suas asneiras
Reclamam eles da casa que vivem,
Haja em nós paciência
Para ouvir suas bobagens.
Quando se juntam, é só reclamação;
Nada de bom vem depois
Se põem dos outros a falar,
Isto parece ser um grande abuso
Para poder suportar tantos absurdos
Temos que nos fazer de surdos.
Falam eles dos chefes.
Das instituições e das administrações
Porém, nada de solução eles têm
Não poupam nem mesmo o criador,
Gosto para isso todo crítico tem;
Dessa maneira, não escapa ninguém.
Vou deixar no anonimato,
Não vou dizer quem os sois,
Pois seria eu ingrato
Falar dessa gente não é segredo,
Descrevê-la com todas as letras,
Critico sem desviar do texto.
CINCO
Evangelista Mota
De poesia pouco entendo
Mas cambaleando nas palavras
Sempre criei alguns poemas,
Alinhados ou desconsertados
As rimas que travamos são reais.
Cinco é um número confuso,
Não forma par e nem raiz
Apesar de ser coluna do meio
Este foi o número de colunas
Que escolhemos para essa obra.
Mostrarem suas habilidades
Literárias e culturais,
Pensando, assim iniciei
Com um editorial, prefaciei,
Apresentação, dedicatória.
Acróstico, crítico, cinco, viagem
Mensagem da paz, conhecimento,
Reflexão espiritual e encerramos
Com dados vitae e literários
Tudo imaginado e pensado.
Alguns extrapolaram
Outros nada fizeram
Mas nada de mais,
Todos tiveram oportunidade
Só não fizeram porque não quiseram.
Assim iniciamos nossa
História pelejando
Com os companheiros.
Vamos fazer deste Centro
Uma academia de letras.
VIAGEM
Evangelista Mota
Quis Deus Criador do Universo
Que uma viagem eu fizesse
Nos vários lugares que quisesse,
Essa eu vou escrever em forma de versos,
O que fizemos de verdade, no lugar onde
O meu cordão umbilical enterrado.
Puxando pela cabeça,
Espanei as prateleiras da memória
Tomei nas mãos uma caneta
Para em versos, escrever toda história
Da viagem que fiz no sertão.
Tomada a decisão, só restava a criação,
Pois a determinação, estava pronta,
Faltava ação, olhei para o alto dizendo:
Oh! Deus Onipotente e Onipresente,
Dá-me sabedoria e inspiração, para que,
Em versos, eu escreva esta história.
Dele recebi orientação
Com determinação realizei
O que estava programado há trinta anos:
Uma viagem ao sertão;
Como foi projetado aconteceu em
Julho de mil novecentos noventa e oito.
Ao pino do sol saímos, em direção
Da terra berço da minha família
Foi uma inesquecível viagem.
Porque tudo foi agendado
Quando lá cheguei, ficamos assustados
Pois tudo estava desmoronado.
O casarão do meu tempo de criança
Era só escombro dentro do mato;
Não tinha aquele zelo, com bonança,
Estradas, sempre, as sugerem na cobrança
Dos governos e dirigente daquela gente
Pois somente a pedra estava como sinal.
Sentado sobre aquela pedra,
Meditando o passado fiquei.
Muitas coisas, neste momento,
Me veio à mente e relembrei:
Dos coelhos que olhei ao meu redor,
Recordei-me também do cemitério.
Da chapadinha que também visit ei,
Onde orei'pelas almas trabalhadoras,
E velei pelos que ali estavam sepultados
Naquela chapada, de túmulos dos meus
Parentes que não têm mais uma cruz,
Como sinal só o cruzeiro e um túmulo.
Lembrei-me da caça e da pesca,
Que era orientada por meu pai,
Atividade essa, que comecei
Quando ainda era muito infantil,
Apenas com dez anos de idade
Com papai naquele lugar eu caçava.
Nos baixões e na pedra d'água
Fiz belas caçadas de gato do mato
Até onça pintada tive oportunidade,
Matei, macaco, guariba, caititu e jacu,
Juriti, canção, nambu e uru
Nos caminhos daquele rincão.
Caçava em outros setores diferentes,
Com armas, munições e uma cadela,
Íamos aos lugares distantes
Nas serras, e espigões era atração
Das que ainda me lembro Agendamos:
bico fino e boqueirão.
Quando em casa chegava,
Era bem recebido e abençoado
Especialmente quando trazia caça
E mel, por isso me sentia remunerado
Para mergulhar nas frias e cristalinas
Águas do riacho que banhávamos.
Os pássaros que a gente pegava,
Iam todos ao fogo, a assar,
Ou, então, jogados nas panelas,
E ali eram cozidos;
Serviam de alimentos,
Naquela crise de fome.
Carne de boi, lá não se comia;
Só caça, arroz, milho e feijão,
Ou então ficavam fracos homens,
Com minha cachorra "faceira"
Minha espingarda "derriba"!
Só respeitava as coisas de Deus.
Que são fenómenos que vêm, de riba
Para errar uma certeira pontaria,
Bem no gogó da guariba, uma malvadeza
Que natureza criou e o homem
Este animal feroz acabou na pior
Traição de sua verdadeira ignorância.
Foi ali que vim ao mundo,
Junto com meus irmãos,
Para dar o meu recado, O que faço com atenção,
Como exemplo familiar, Nascido naquele rincão.
Naquele pedaço de chão,
Os conselhos de minha mãe,
Do meu pai e dos velhos irmãos,
Com experiência contida recebia
Instruções de toda aquela gente
Sofredora, mas de bom coração.
Leitores prestem atenção no texto,
Deste coração que não tranca,
Pensamentos sensatos e benevolentes,
São como árvores seguras pelo vento
Assim me despedia daquele sertão,
Que de tudo aprendia amar um pouco.
Foi lá que, fisicamente,
Aprendia falar e trabalhar no pesado,
O que me orgulho em ser sertanejo
Mesmo não tendo tido a oportunidade
De batalhador pela educação,
Na minha época de criança.
Sei que fui ingrato, do meu sertão saí,
Mas tinha que estudar bastante,
Em outros lugares o que me fez
Hoje ser professor e escritor
Que ensina com convicção todas
As minhas trovas e poesias.
Hoje estão felizes, pacas,
Por retornado ao meu querido sertão
A terra, berço onde me deu condição;
De viver e recordar o que tinha deixado
Naquele lugar será sempre, aplicação,
Para essa atividade de conta em versos.
Uma história real que fizemos
No sertão que brinquei no meu
Tempo de criança com arapucas
Debaixo das impucas, onde guardava
As cevas dentro das cumbucas, estas
Eram as minhas maiores astúcias.
Que aprontava com meu irmão:
Ana, António, Maria, Analice,
Raimundo, Ana Rita, Josimar,
Orismar, Viturina e Vicência,
Cuja gente vivem com harmonia
Na maior sabedoria da sua freguesia.
Aqui eu finalizo essa narração
Para não aborrecer a você
Fico muito agradecido pela atenção
Quem não gostou reclame
Sem a intenção de também fazer
Uma viagem no seu querido sertão.
MENSAGEM DA PAZ
Conta-nos a História
Sagrada No livro de São
Mateus, O nascimento de Jesus Cristo,
O grande rei dos Judeus,
O Messias prometido
Por nosso bondoso Deus.
Maria já desposada,
Era José seu marido.
Antes de se conhecerem,
Sentiu-se ter concebido.
Ela ficou perturbada
E José bem constrangido.
Porém sendo homem justo,
Não quis então difamá-la.
Mesmo sabendo que nunca
Poderia amá-la.
Pensando secretamente,
Resolveu repudiá-la.
Com isso no pensamento
Em sonho lhe apareceu,
Um anjo que Deus mandou.
E o mesmo lhe convenceu
A receber sua mulher
Contando o que aconteceu.
Maria foi concebida,
Vai dar um filho pra luz,
O qual salvará o seu povo
Do Satanás que persegue.
Quando a criança nascer,
Porás o seu nome Jesus.
Quando despertou do sonho
Fez como o Anjo mandou.
Foi buscar sua Mulher,
Porém nada lhe contou
A respeito da mensagem
Que o Anjo lhe revelou.
José respeitou
Maria Até nascer a criança,
O mensageiro da Paz,
Do amor e da bonança,
O qual trouxe à humanidade
Justiça e muita esperança.
Alegrai-vos meus Irmãos
Nasceu Jesus em Belém,
Magos seguindo uma estrela
Vieram de muito além
Para adorar Jesus Cristo
Na velha Jerusalém.
Chegaram diante dele
Ajoelharam-se no chão.
Adoraram o Rei Menino
Sentindo grande emoção,
Porque sabiam que ele
Era Deus feito cristão.
Mais uma vez alegrai-vos,
Vamos em busca da luz,
Caminhando com o Rei Jesus
Ver Ele pregar a palavra da salvação
Condenar o pecado e nossas falhas
Com a mensagem do amor e da paz.
Levamos para toda essa gente
Um presente e amor no coração,
Respeito e carinho é nossa veneração
Ao Deus que dá a salvação
A todos que se arrependem dos pecadores
Assim é o que imaginamos.
Pensamos no Deus menino
Dele pedimos que nos proteja do mal
Oh meus irmãos, saudamo-nos
Antes que morramos no pecado
Pois a salvação a todos pertence
Na glória e coração do Senhor Jesus.
Leitor amigo, veja que a palavra
É uma mensagem, é também,
Uma poesia, uma história e uma narração
Que fazemos na intimidade
Verdades que estão na Bíblia Sagrada
O livro mensageiro da Paz.
CONHECIMENTOS
Evangelista Mota
Quando partimos no vigor dos anos,
A vida pela estrada florescente,
Às esperanças vão conosco à frente
E vão ficando atrás os desenganos.
Rindo e cantando aqui chegamos,
Marchando, escrevendo estes conhecimentos.
No nosso caminho, cheguei
Aos novos conhecimentos
De repente fomos desfazendo ilusões,
Matando enganos e aprendendo,
Ciência, História, Geografia e Literatura
O contrário dos meus tempos de criança.
Ou mesmo de rapaz, tive desengano
Que um dia eu podia regozijar
Com vocês esta esperança de saber
Como começou, desenvolveu Açailândia
Terra, berço de forasteiro como eu
Que em ti tive muitas tristes proezas.
Vasculhando as prateleiras da memória,
Sentimos logo a cabeça balançando,
Na mão uma caneta e na mesa o papel.
Era o começo da imaginação de como
Narra em verso uma história real
Que aconteceu de verdade neste lugar.
Foi difícil, tomar a decisão,
Mas eítava tomada.
Pedi sabedoria a Deus
E do povo informações para narrar
Com toda sinceridade uma história
Um povo, um lugar e uma cidade.
Terra de gente distinta e hospitaleira
Apesar de miscigenadas, solidárias
Pobres e ricos, coronéis e fazendeiros
É Açailândia, o, lugar do qual vou falar.
São generosas, em quem se pode confiar
Quase todo estranho é quem mora lá.
Não sou um poeta, mas tenho satisfação
De escrever essas rimas que trazem recordações,
Onde falamos das descobertas e povoações
Apesar de ser uma história recente,
Só em falar de como começou o lugar, dá receio
Que antes era tudo, mato fechado.
Antes dos bravos bandeirantes chegarem,
Nas margens do riacho que deu nome o lugar
Os historiadores disseram que não havia meio
Quem conseguiu entrar primeiro foram: Alberto,
Cocranum, Cutia, Ezequias, Francisco, Garapa,
Gonçalo, Jorge, João, Jacamim e Luís.
Também foram primeiros: Moacir,
Miron, Manoel Baixinho, Massa Bruta,
Manoel Grande, Negrão, Paulistão,
Pedro, Porfírio, Raposão,
Severino E Zé Balela. Essa turma de desbravadores
Eram realmente, homens de verdade.
Disseram eles que em dezenove de julho
De mil novecentos cinquenta e oito
Da água do riacho eles beberam
Encheram os cantis e tomaram banho
Dando em seguida o nome de Açailândia
Uma justa homenagem eles fizeram.
A hoje terra da madeira e do boi gordo,
Porém naquela época era dos açaizais
Uma palmeira de aste longa e fina
Que havia com abundância na região
No entanto, o homem, este, ser predador
Em nome do progresso as extinguiram.
No comando havia Bernardo
Sayão Um guerreiro de verdade e determinação
Tanto que morreu debaixo da árvore
Quando aqui ainda era mata fechada
Bem ali no salão da Rodobrás, a empresa
Que construía e controlava a estrada.
Isso com certeza posso contar,
Pois com a equipe de Sayão conto u,
Povo corajoso que fazia aventura,
Passando por dentro daquela mata,
Eram destemidos, não tinham medo de nada
Deram aos riachos achados nomes.
Uma história que ficou gravada com raça,
Lá rasgando a mata um campo de pouso,
E decolagem também eles f izeram,
Para os pilotos jogarem mantimentos,
Na sua beira levantaram acampamento
De pau-a-pique, folhas e cipó titica.
Assim eram os barracos de verdade
Onde se abrigavam no descanso da noite.
Cobra, onça e outros animais ferozes,
Creio que eram muitos em toda floresta.
Fogueiras e armadilhas faziam à noite,
Eles metiam ao redor de seus casebres.
Depois de Sayão muitas veredas ter feito,
Outros forasteiros chegaram neste lugar.
A pé, cavalo, jumento e carro de boi
Na beira da estrada fincavam o s barracos
Casas e roçados para da terra retirarem
O alimento da sua família e dos animais.
No riacho uns grandes bueiros fizeram
O que causou muita destruição.
Todos os Açaizais do seu leito morreram,
A água ficou poluída, foi um castigo
Para o ambiente que se descaracterizava
Com rapidez, o riacho e o lugar também.
Um desastre para natureza que Deus fez.
Tudo isso e muito mais, causou epidemias
Malária, hepatite e outras doenças
Que matou muita gente
Outros retornaram às suas terras natais.
Mas teve aqueles que ficaram para aventurar a sorte.
Mesmo assim, a notícia logo correu
Que as terras da região eram férteis
Bem localizadas e clima agradáve l
Madeira e terras havia em abundância,
Caça também tinha para todos os gostos,
Um campo isolado, mas aconchegante.
Aconteceu por ali passar seu João,
Que ficou entusiasmado olhando a mata
Então murmurou: isso aqui é um barato.
Do engenheiro da obra pediu serviço,
Com sarrafo de madeira e latas ele,
Na beira do riacho, um barraco construiu.
Quem não conhecia queria identificar
Ele falava, eu gosto mesmo é de caçada,
O que conseguiu dos chefes a confiança
E material para construir seu barraco
Com retalhos e pedaços de madeira
Palha de coco, ele construiu sua casa.
Do lado um pouco de terra af orou,
Foi logo situado e começou a criar.
Senhor Mariquinha Oliveira, Com
Dona Maria Divina se casou,
Dezesseis foram os seus filhos
Homens e mulheres trabalhadores.
Chegaram ali cearenses e também paraibanos
Baianos, mineiros, capixabas,
Americanos, coreanos e libaneses,
Era gente de todas as bandas,
Até ucranianos para este lugar vieram
Trabalhar com os maranhenses.
Miscigenação formou marcas:
Oliveira, Mota, Primo, Rodrigues,
Lima, Batista, Ferreira, Sousa, Araújo,
Melo Barbosa, Bandeira, Paiva,
Mourão, Gomes, Costa,
Nascimentos, Andrade... Enfim, muitas nações.
Muito cura praticou na nossa gente.
Quando alguém adoecia Maria servia
De doutora, doente que ela despachasse
Em vez de procurar médico melhor,
Era fazer oração e mandar encomendar
O caixão, orar ou rezar, não importa.
Quando ela deixou de atender,
O povo todo chorou se lastimando.
O mundo se acabou neste lugar,
Não temos mais a mãe enfermeira.
Quem vai cuidar dos nossos enfermos?
Mas pra tudo tem um jeito, pode crer.
Lá o vem o progresso e médicos também
Para cuidar dos doentes, que Dona Maria
Não pode mais tratar das enfermidades
Consultando todos e fazendo medicação
Em todo povo que precisa de tratamento
Mesmo assim, muitos já foram pra glória.
Mas as coisas são assim mesmo
Já dizia o velho ditado
Um mais um pode ser dois
Mas tiquinho não é bocado
Toda dor é esquecida
E pão comido, não é lembrado.
Pois vivia lá na em uma fazenda
Se era dele, isto eu não sei
Apenas fui informado, que de lá ele veio
Para Açailândia, trazendo sua família.
Terra que escolheu para trabalhar e morar
Por isto aqui ficou residindo até hoje.
Naquela fazenda que ele tinha pra lá,
Recebeu o apelido de "Mariquinha",
Um nome comum no sertão maranhense,
Tripeça volante para serviço de cozinha,
De uma gente valente pra trabalhar,
Qualquer serviço do roçado ou engenho.
Naquela fazenda havia um povoado,
Chamado Ipiranga, terra de massapé
Mas lá João deixou seus parentes
Pra procurar emprego na Rodobrás,
Uma empresa do Governo Federal
Que construía nesta região a estrada Belém-Brasília.
Mariquinha, homem batalhador,
Procurava em Açailândia, serviço,
Onde ficou interessado e fichado,
Trabalhador braçal do acampamento
Pra morar num barraco à ali mesmo fez
Quando chegou, disposto para trabalhar .
Também chegou Robert Jhonson,
Um brasileiro, que veio da Flórida
Com a missão Evangélica Americana
Numa área de terra bem localizada,
Uma colónia de agricultores instalou,
Eram trabalhadores e comerciantes.
Como tudo em Açailândia crescia:
Eles montaram armazéns, escolas,
Serrarias, olarias e enfermarias
Tinham lojas de especiarias, armarinhos,
Calçados e variedades e mercadoria
Até água mineral tinham de verdade.
A família Primo que de Caxias chegou,
Logo tomou conta da evangelização,
Durante o dia trabalhava na agricultura,
E à noite pregava a palavra do Senhor.
Para protestantes e católicos ele falava
Na maior fraternidade e sem maldade.
Crescer em Açailândia todos tinham vontade
E cada um trabalhando com a mesma fé,
Aumentaram os plantios e a pecuária
Para garantir a educação das crianças,
Contrataram Midiane Celestino;
Para a saúde, a enfermeira Maria Martens.
Juntos construíram templos religiosos:
Presbiteriana, São Raimundo, Gonçalves Dias,
Foram as primeiras obras do ensin o
Da palavra e da educação que tivemos
Três belas construções que ainda resistem,
A feira pública também instalaram.
Eram imponentes aqueles galpões,
Causava admiração a quem chegava,
Porque foram cobertos com cavacos,
Na feira que a comunidade desenvolveu,
Do Zé Miúdo e Manoel Januário
Recebeu patrocínio para melhoria.
No local, hoje tem praça e Farol do Saber,
Um ponto turístico, uma área de lazer,
Para os idosos e também jovens
Apesar do barulho que os carros fazem
Diuturnamente na estrada a o lado,
Levando e trazendo progresso.
Com o crescimento do povoado tudo mudou,
A amizade das famílias acabou,
Pistoleiros para Açailândia vieram,
Eles se desentenderam pela cobiça da terra,
Houve triste cena, muitos morreram,
Outros deixaram a roça pela cidade.
Mariquinha quando aqui chegou,
Quase tudo era mato fechado,
O pai de Maria Rita a primeira criatura
Que nasceu nesta cidade,
Filha de dona Maria Divina, a primeira
Mulher a chegar nesta terra de Deus.
Peço a nosso Pai Eterno, Senhor da Cruz
Que abençoe Maria Rita a filha do casal:
Maria Divina e João Mariquinha,
Pois todos já estão na glória de Jesus,
Deus mande a divina luz para todos
Os que já se foram e para os que ficaram.
Já falamos em João Mariquinha,
Que fez habitação no povoado
Do vereador Manoel Januário,
Autor do projeto de encanação,
Do Sampaio, idealizador da emancipação,
Lembramos agora de Maria Enfermeira.
Uma moça generosa e conhecedora
Da medicina, ela entende e ajuda a gente
Sem especulá-la, atendia bem.
Não faz acepção, nem rejeitava ninguém.
Dotado por natureza e muito estudou.
Com os livros de medicina e similares.
Outros retornaram às terras de origem,
Garimpos e pra capital educar os filhos,
Mas como nem tudo é perpétuo, os que
Ficaram chamaram a atenção empresarial,
Que trouxeram muitas indústrias,
Colégios, hospitais e profissionais.
Em mil novecentos e setenta e quatro,
Chegou Raimundo Telefre Sampaio,
Um homem político por convicção.
Este juntou-se com moradores da região,
Para fazer melhoria da situação,
E também a emancipação de Açailândia.
Até que enfim terminou aquela mágoa de fel,
O Senhor Raimundo Sampaio
Trouxe-nos esperança de mudança.
O vereador Januário com ele se aliou
E fez projeto da água e energia elétrica,
Que não tardou a sua aprovação.
Passaram-me informações de fato,
Projetos e planos de trabalho,
Mas um importante detalhe,
Faltou talvez por engano
Não me falaram quem foi
Os pais do senhor Mariquinha.
Muito cura praticou na nossa gente.
Quando alguém adoecia Maria servia
De doutora, doente que ela despachasse
Em vez de procurar médico melhor,
Era fazer oração e mandar encomendar
O caixão, orar ou rezar, não importa.
Quando ela deixou de atender,
O povo todo chorou se lastimando.
O mundo se acabou neste lugar,
Não temos mais a mãe enfermeira.
Quem vai cuidar dos nossos enfermos?
Mas pra tudo tem um jeito, pode crer.
Lá o vem o progresso e médicos também
Para cuidar dos doentes, que Dona Maria
Não pode mais tratar das enfermidades
Consultando todos e fazendo med icação
Em todo povo que precisa de tratamento
Mesmo assim, muitos já foram pra glória.
Mas as coisas são assim mesmo
Já dizia o velho ditado
Um mais um pode ser dois
Mas tiquinho não é bocado
Toda dor é esquecida
E pão comido, não é lembrado.
Falamos um pouco de Maria Enfermeira
Que é mãe e amiga de muitos da cidade.
Pra todos que precisassem,
Ela estendia a mão gentil e solidária
Tem um bom coração na hora precisa
Seus lábios têm um sorriso de amor.
Falar bem dessa pessoa é preciso,
Pois suas obras de bondade e caridade
São inesgotáveis, mas agora
Vamos falar dos políticos que tivemos,
Nas suas palavras vontade de Açailândia
Se fez em município de verdade.
Retornando a história de Sampaio
Que dizia esta cidade vai administrar
E não demorou seu plano concretizar.
Ele lutou contra tudo e contra todos,
Para o progresso chegar, o quanto ante possível?
Não sei o que aconteceu, tudo foi vão.
Sampaio tinha amigos deputados,
Resolver problema bastava um recado
Se aliou aos Caldas que ajudou fazer
O projeto de emancipação da cidade.
Quando se elegeu vereador pelo povoado
De Açailândia, distrito de Imperatriz.
A quem este lugar pertencia.
Um vereador de norrau no Tribunal,
Das suas autoridades solicitar a imediata
Autorização para realizar o ple biscito.
Emancipando Açailândia de Imperatriz
Um fato que aconteceu em dezembro.
De mil novecentos e oitenta,
Pois já estava mais que na hora
Do povo votar e ser emancipado.
O que passou com facilidade
Naquele quatorze de dezembro,
Noventa nove por cento votaram o favor.
Porém, formar o governo vai lhe falar
A verdade, houve tanto puxa e encolhe,
Antes de realizar a nomeação do
Administrador para Açailândia, pra
Deixar de tanto zunzunzum o governo
Estadual João Castelo interveio.
E nomeou Nélcio Pereira
Duarte, Interventor da cidade, foi comentado
Sobre sua capacidade de administrar
Mas demorou habilidade, até o fim do
Mandato construiu e elegeu
Sampaio Prefeito do Município de Açailândia.
Uma campanha bastante disputada,
Pois antes de Açailândia se tornar
Independente de Imperatriz já havia
Politicagem, a campanha, era ardente
Aqui também, não poderia ser diferente,
Muitos tinham interesse de representá -la.
Quatro foram os candidatos majoritários,
E quarenta e oito ao legislativo d os quais
Treze se elegeram e tomaram posse.
Na época da política ali tudo era normal:
Fazer politicagem até que era legal
De pessoas inocentes serem cabos eleitorais.
Sampaio e seus correligionários
Saíram a pé, de animal e de carro de boi
Às ruas conquistarem os eleitores indecisos.
Nas casas visitadas mostravam o projeto
De governo e os votos pediam sem parar,
Até chegar o dia das eleições.
Os outros formavam caravanas
De empresários e fazendeiros,
Comícios vultosos eram realizados.
O povo aplaudia os seus preferidos
Enfim foi chegando o dia da eleição
E da votação e do pleito se realizar.
Nestas alturas o povo já tinha escolhido
Quem ele desejava administrar a cidade
Pois, no fim nada mais poderia ser feito
A votação estava encerrada, só f altava
A proclamação dos resultados
Que aconteceu, três, dias depois.
É chegado o dia do resultado
Ser anunciado, para prefeito da cidade.
Raimundo Sampaio foi escolhido
Por ter mostrado melhor programa
E campanha o que por certo conquistou
Maior parte da população com isso.
No dia primeiro do ano seguinte
Foi a posse dos eleitos, prefeito e vereadores
Para um mandato de seis anos juraram
Defender a Constituição, a Lei Orgânica
O povo e as instituições do município,
Mas não foi o que aconteceu.
Corrupção e improbidade administrativa
Todos cometeram, mas só o prefeito
Foi do seu mandato afastado na metade
Da administração, no seu lugar tomou
Posse o vice Raimundo Pimentel Filho
Que apenas terminou o mandato.
Deve ser gostoso e uma honra, afinal
Ser prefeito de uma cidade como essa
Terra que acolhe gente de toda parte
Porém, todos os que já
Sentaram na cadeira de prefeito e
Vereadores decepcionara os eleitores.
Quinze de novembro foi a data que o
Tribunal Eleitoral do Maranhão
Escolheu para realizar a eleição.
Naquela data todos os eleitores iriam votar
E os candidatos tentar conquistar os
Eleitores indecisos na fila de votação.
A cidade está crescendo em população
E nos problemas sociais também,
Falta urbanização e plano diretor
Somente a parte central tem calçamento
O restante das ruas estão no chão
Não existe segurança e nem educação.
As secretarias estão com problemas
Os servidores ganhando mal
Os delinquentes criando problemas,
Os comerciantes desanimados,
As indústrias fechando e o povo ficando
Sem trabalho e opção de vida.
Para os que têm fé, rezam e oram
Outros desesperados fazem promessas
E usam amuletos do santo padroeiro.
Com esperança de que o próximo
Seja melhor e resolva os problemas
Mas até agora ainda não foi possível.
Como homem confiante em Deus,
Estou contente em ver muita gente
Cantando melodias de paz nas igrejas,
Uma demonstração que é ordeira
Para os que têm fé, rezam e oram
Outros desesperados fazem promessas
E usam amuletos do santo padroeiro.
Com esperança de que o próximo
Seja melhor e resolva os problemas
Mas até agora ainda não foi possível.
Como homem confiante em Deus,
Estou contente em ver muita gente
Cantando melodias de paz nas igrejas,
Uma demonstração que é ordeira
Só o santo padroeiro é festejado
Que espelha fama dos seus devotos.
Esse é o povo a que me refiro
Sem falar em autoridades evangélicas.
Uma gente que lê e interpreta
A palavra de Cristo contida na Bíblia,
Um livro de sabedoria e ensino
Que todo cristão deve adotar como guia.
A verdade que Deus nos ensinou.
Muita coisa ainda tenho a contar
Da cidade e do município de Açailândia
Mas por aqui eu finalizo essa narração
Para não aborrecer quem não gosta
De ler a sua própria história.
Mesmo assim fico muito agradecid o
A quem não gostou das colocações
Ou citações que fizemos neste trabalho.
Carinhosamente de todos peço sugestão
De como continuar narrando
Conhecimentos de uma história viva.
REFLEXÃO DE UMA FILOSOFIA RELIGIOSA
Evangelista Mota
Essa é uma introdução histórica que devemos refletir no lar, na escola ou onde estivermos,
pois é assunto que norteia os princípios da religião, da existência de um Deus eterno, imutável,
onisciente, onipotente, onipresente, justo, santo, sábio, bom, perfeito, o começo de tod a verdade, da
lei, da justiça, da ordem, da beleza e do bem.
Muitos filósofos, demonstram dúvidas quanto à existência de Deus, isto porque a ciência só
pode provar aquilo que é visto ou tocado. No entanto, não afirmam: Deus não existe!
Aprofundando um pouco mais os estudos neste assunto, verifica -se que a Súmula, Teológica
Universal (Bíblia Sagrada), prova claramente que Deus é um Espírito, Onisciente, Onipotente e
Onipresente, a origem de tudo que no mundo há. Sendo Deus um Espírito, não foi e nem será vis to
ou tocado materialmente por pecador, porém a nossa fé, através dos princípios religiosos cristãos,
que firmam a existência de um ser supremo como indiscutível. Mas, os devedores insolventes
(ateus) gostariam que, todos os seus credores não existissem. A ssim é o pecador que não quer
deixar o pecado. Este pode até negar a existência de Deus. Por isso, quando se dá para alguém
provas da existência de Deus, não se deve esquecer que a maior força a vencer não é a dos
argumentos dos ateus, e sim provar biblicamente que Deus existe em espírito e em verdade. De
igual modo, os professores, por obrigação, têm que ensinar a seus alunos e provar a eles que sem o
conhecimento a vida torna-se muito mais difícil em todos os seguimentos que haveremos de traba -
lhar. Por estas e outras razões é que escrevemos este trabalho, que certamente um dia servirá para
muitos de nossos leitores, fazerem uma reflexão espiritual do ensino religioso na escola pública.
Tomando como base a Bíblia Sagrada e algumas experiências pessoais, pr oduzimos este
pequeno resumo, que explica de maneira clara em si mesmo e não em relação a nós. Isto porque
está evidente que o predicado está incluído no sujeito (DEUS), que só será evidente para os que
realmente conhecem o que significam o sujeito e o pr edicado. Esses podem afirmar que Deus
Existe, porque ele é evidente em si mesmo, já que Deus é o próprio sujeito de quem estamos
falando. Para os incertos, fica um tanto difícil mostrar o predicado para eles, porque nem tudo que
se demonstra é evidente, exemplo disso é a fé (que é a certeza de coisas que se esperam e convicção
de fatos que não se vêem.
Por exemplo, confiança no que Deus falou. Deste modo, a fé pressupõe o conhecimento
natural, assim como a graça pressupõe a natureza e a perfeição pressupõe o que é perfectível. Se
alguém não conhece ou não gosta de ler a Bíblia, pode não entender a demonstração filosófica da
existência de Deus, no entanto, pode aceitar a existência dele pela fé. Estas e outras referências
bíblicas afirmam que a existência de Deus é uma verdade semelhante a razão.
Através de muitas provas ,a ciência tem demonstrado, que as coisas mudam constantemente
de movimento e forma aqui na terra: acidentalmente, casualmente, naturalmente, substancialmente e
qualitativamente. Assuntos, est es que merecem questionamentos. Porém, é pouco provável que a
ciência comente a respeito do Ato e Verbo em potência (Deus).
Mudança acidentalmente, pode ser explicada através de um objeto em cha ma, (ferro, por
exemplo) quando, aquecido muda de cor e feiçã o imediatamente.
Casualmente é um pouco mais complexa, mas é possível que a evolução da própria natureza
faça que algo aconteça anterior ao seu efeito. Para uma coisa ser causa de si mesma terá de ser
anterior a si mesma.
Atualmente, é um fenômeno de mudança, que pode ser demonstrada através do crescimento
das plantas, da mudança do tempo, do envelhecimento das pesso as, e assim sucessivamente.
Substancialmente, pode ser exemplificada assim: madeira no seu estado natural é um
elemento qualquer dependendo de sua textura, no entanto, ao ser transformada em carvão vira
elemento de combustão química.
Qualitativamente é facilmente representado através da água em ebulição, veja que este
processo faz com que a água diminua de volume rapidamente pelo efeito da evapo ração e assim
sucessivamente.
O fenômeno: Ato e Verbo em Potência Passiva é Deus demonstrando mundo que não é
possível a passagem de potência para uma perfeição qualquer que está em Ato. Na Bíblia está
escrito: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava c om Deus, e o Verbo era Deus". João 1:1. No
livro de Hebreus 7:3, Paulo escreveu que o Universo não teve princípio e não terá fim. Porém, a
ciência diz que, a origem do universo veio de uma grande explosão, teoria de (Big Bang), uma
entropia que a filosofia e a ciência, até hoje ainda não encontrou resposta convincente.
Frei Leonardo Boff, a firma hereticamente no seu livro "Teologia da Liberta ção", que Deus
é um processo de fusão, de encontro, de comunhão entre distintas palavras da vida e amor cristão. E
acrescenta: "sou dez vezes mais ateu que você, desse Deus velho, barbudo lá em cima. Até que seria
bom a gente se livrar dele". Essa teoria demonstra, tanto marcismo e como materialismo, pois
negam que haja um Deus criador do universo, por isto se vêem na obrigação de transferir para a
matéria, as qualidades de causas primeira afirmando, que ela é infinita e onipotente, o que provam
ser a natureza, coisas que podem existir ou não, uns que se reprodu zem e outros que se destroem,
por isto são chamados de contigentes, os quais se distinguem na sua existência, o que deixa claro,
Ato para ele é distinto da potência.
Tendo escrito, o apóstolo Paulo na Epístola aos Romanos 1.19. "Porquanto, o que de Deus
se pode conhecer, é manifesto entre eles, porque Deus lhes m anifestou . Moisés também escreveu
no livro de Gênesis algo mais ou menos assim: Tudo que Deus criou viu que era bom e contemplou
o que havia feito.
Pois bem, se cada parcela foi dita apenas boa por Deus, como se pode dizer que Deus não é
Ato em Potência? Isso é questionamento para teólogo das ciências religiosas, como não tenho essa
especialidade, vamos a outros assuntos.
Nascimento de Jesus Cristo. Diz a Bíblia Sagrada que, estando Maria, sua mãe, desposada
com José, antes de se juntarem, ela achou ter concebido do Espírito Santo, que de acordo com o
plano de Deus, na páscoa eles foram para Belém de Nazaré. Lá foram rejeitados e em uma humilde
estrebaria Jesus nasceu. Ali mesmo foi venerado e admirado por muitos.
Sendo Herodes, Rei da Judéia naquela époc a, Ele ordenou aos seus soldados que matassem
todas as crianças de até dois anos de idade do seu reinado. Com isso o Anjo Gabriel, foi enviado por
Deus para em Espírito, orientar José e Maria a fugirem da cidade.
Não encontramos registros, mas imagino que adolescência e juventude de Jesus foram como
quaisquer outras crianças, convivendo com seus pais. No entanto seus pais sabiam que ele era o
Messias, o Filho de Deus. Porque está escrito, aos 12 anos ele passou três dias fora do convívio dos
seus pais (José e Maria), ao retornar encontrou-os aflitos, mas, sabiamente disse: eu estava na casa
do meu Pai.
Com respeito ao seu Ministério, a Bíblia Sagrada, afirma que Jesus Cristo começou a pregar
o Evangelho quando ele tinha em torno de trinta anos, logo após ter sido Batizado por João Batista,
nas águas do Rio Jordão. Em seguida, Jejuou quarenta dias e quarenta noites no Deserto, onde foi
tentado por Satanás e, logo a seguir iniciou publicamente seu Ministério.
Igreja Primitiva. A Bíblia afirma que após a morte d e Cristo, Ele apareceu aos seus
apóstolos arrebanhando-os e estimulando-os a permanecerem em Jerusalém até que do alto fosse
revestidos de poder, o que prova o princípio da organização da sua Igreja. Atos, 1:4.
Ao completar cinqüenta dias após a morte de Cristo deu-se o primeiro passo na obra
Evangelística, com a pregação do Apóstolo Pedro. Atos, 2:14 a 36. Como resultado daquela
pregação três mil almas foram convertidas. Atos, 2:41. Estas e outra referência bíblicas, provam o
nascimento da Igreja e início das pregações do Evangélico que ensina os caminhos da salvação do
pecado.
Alguns escritores dizem que a igreja foi edificada sobre Pedro, Mas Pedro disse em Atos
4:11, que Jesus Cristo é a Pedra Angular.
O Apóstolo João, em visão, também testemunhou a cheg ada da Igreja nas nações celestiais,
para a comemoração das Bodas. Ao penetrar nos úmbrios celestiais, houve uma verdadeira
proclamação de júbilo feita pelos habitantes do céu, em home nagem à noiva (Igreja de Cristo). Foi
entoado um maravilhoso hino que b em expressa o contentamento que havia entre os santos
celestiais. O hino tinha a seguinte letra: "Alegremo -nos, exultemos e demo-lhe a glória, porque são
chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou". Apocalipse, 19:7.
Com o mesmo gesto de adoração, os remidos no Senhor louvaram o Cordeiro de Deus,
entoando cântico, dizendo:
"Digno és de tomar o livro e de abrir -lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue
compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação ! e para nosso Deus os
constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra. " Apocalipse 5:9 -10.
De forma resumida mostramos algo de suma importância que está contido no Antigo Novo
Testamento, os santos que juntos perante o Trono do Cordeiro, in tegram m culto em que tomam
parte, os fiéis adormecidos, que ressuscitaram, e os vivos nue serão transformados em Igreja
Glorificada. Senhores leitores, lembrem-se também de que antes da I areja de Cristo ser glorificada,
os povos já serviam a Deus, porém de maneira contraria a sua vontade, mas sua sabedoria revelou a
tribo de Judá, a usarem corretamente a sua palavra. A prática religiosa que desagrada Deus é secular
e que se perdura até os dias de hoje. Entre tantas, desobediências e obediências do passado e do
presente, cita-se o seguinte: No início da humanidade, Deus solicitou sacrifício. Determinou que
Caín e Abel prestassem culto ao Senhor. Abel prestou seu culto de acordo com a palavra de Deus e
ele aceitou. Caín prestou ao seu modo e Deus não aceitou .
Nos dias de hoje, muitos também prestam cultos a Deus abalizado na Bíblia Sagrada,
reverenciando um único Deus. Outros reverenciam a Deus de acordo sua fé, usando nome de Santos
e Santas, fazem promessas, adoram imagens de esculturas... Que segundo a Bíb lia Sagrada essa
prática é contra à vontade de Deus.
Quando Jesus Cristo estava sendo interrogado por Tomé Ele disse "Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim". João, 14:6.
Mas foi e será assim em todo mundo, muitos contin uam duvidando da existência de Deus,
do seu poder e por isto prestam culto de acordo a sua fé e não de acordo a vontade do nosso Senhor,
que certamente é mais uma desobediência a palavra de Deus. Prova disso está nos Apocalipses de
João, onde ele prevê que haverá grande tribulação, horrores, sofrimento quando estiver próximo o
arrebatamento da igreja de Cristo. Ocasião em que todos os homens e mulheres, mortos, ou vivos,
comparecerão ao Tribunal para serem julgados segundo as suas obras espirituais.
Dogmas religiosos. Entre tantos, o paganismo que é um termo usado pela Igreja Católica
Apostólica Romana, as pessoas que não são batizadas.
Judaísmo. Essa denominação é atribuída a religião do povo Judeu. O judaísmo familiar, vem
desde Abrão, mais ou menos 2000 a nos a. C.
Já o judaísmo religioso surgiu após Judá, filho de Jacó, ter se tornado Reino da Judéia, daí
cm diante todos os descendentes de Israel passaram a ser chamados de Judeus, que gerou os
Levitas, Manaceitas, Bejamitas e assim sucessivamente. Em cuja tribo Deus escolheu para Maria e
José para gerarem o Messias "Jesus Cristo". Foi também na tribo de Israel, que Jesus Cristo
escolheu os seus 12 apóstolos: André, Bartolomeu, Felipe, João, Judas Eucariotes, Judas Tadeu,
Mateus, Simão, Tiago filho de Zébede u, Tiago filho Alfeu e Tomé. Estas e outras razões, tornou os
judeus uma nação e numa religião que mais se destacou na política e na ciência.
Mais ou menos no ano 1600 a. C. Deus chamou no Monte Sinai a tribo de Judá e dentro
daqueles Israelitas Ele escolheu um Levita de nome Moisés, deu sua palavra por escrito (Tabus da
Leia). Escolheu também a cidade de Jerusalém como a capital do Reino de Judá, onde instalou seu
altar, para os que os homens cultuasse a Deus.
Não encontramos registros, mas certamente foi daquela época que os Judeus I começaram a
organizar-se em religião, o que hoje chamamos de Judaísmo.
Cristianismo. É Deus procurando o homem pecador para si. Por isto podemos I afirmar que
o cristianismo nasceu no coração de Deus, e os homens não I compree nderam, com isto
entitularam-na religião, que nos dias atuais identifica I muitos seguimentos religiosos.
Em I Coríntios 10:32, Paulo escreveu: "Não vos torneis causa de tropeço nem I para judeus,
nem para gentios, nem tão pouco para a igreja de Deus".
Conta também, a história religiosa, que após a morte de Jesus, os seus I apóstolos deram
continuidade à pregação da sua palavra, cujo período ficou I conhecido como Apostolismo, que se
firmou até o ano cem, época em que morreu I João, o último apóstolo de Cri sto.
Após a morte de João, o imperador Romano decretou que o Cristianismo era I dali para
frente a religião oficial do seu Império. No entanto, entende -se que, religião j é o caminho para o
homem pecador chegar até Deus, que é a mesma coisa de selar, ] rel igar, aproximar-se do nosso
Senhor Jesus Cristo. Sendo a Igreja de Cristo formada I pelo povo que prega culto a Deus, um local
que chamamos de Templo Sagrado, I onde o povo de Deus presta culto e adoração a Ele.
Pecado. Essa transgressão de preceito religi oso, é classificado pelos historiadores de: Pecado
capital, mortal, original, venial e terrível, que no todo são grandes faltas, erros; culpas, vícios,
maldades, crueldades, penas, lástimas, tristezas, etc.
Veja também, o que está escrito a este respeito n a primeira Epístola de Tiago, versículo
quinze. "Então, a cobiça, depois da haver concebida, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez
consumado, gera a morte".
Papa. Não há referências Bíblicas a este respeito, apenas os historiadores I dizem que, no
ano 601, foi eleito o primeiro, Papa, porém, a Igreja Católica Apostólica i Romana, insiste que, o
Apóstolo Pedro foi o Io Papa. Sabe -se também, que foi no ano 700 que o Papa proibiu por decreto o
casamento dos sacerdotes. Em 702, ordenou que os sacerdotes se divorciassem de suas esposas,
criando a lei do Celibato.
Denominações religiosas. Surgiram em conseqüência das perseguições que 1 os
imperadores faziam aos convertidos em Cristo Jesus, assim como os ensinamentos I que os
dirigentes da Igreja Católica Apostólica Romana pregavam aos seus seguidores, que de acordo
muitos iam de encontro a Bíblia Sagrada, uma palavra do pró prio Jesus e dos profetas que Ele
determinou a escrevê-la.
A história das denominações religiosas, registra que no século XII, Pedro Valdo , que era
advogado e evangélico, por causa das perseguições do Imperior Romano, Ele e sua família, teveram
que se mudar de Paris, para os Montes Alpinos da França. Lá ele fundou uma congregação
evangélica, que era chamada pelos seus seguidores de Igreja Va ldence, a primeira denominação
religiosa que se conhece na história das denominações religiosa.
A segunda denominação surgiu no século XVI. Naquela época, o Monge Martinho Lutero,
um Alemão que tinha a sua doutrina religiosa direcionada pela Bíblia Sagrada , no entanto, obedecia
ordem dos seus superiores, os quais lacraram alguns capítulos da sua escritura, mas, aos 15 anos
depois de ordenado padre, ele não resistiu a proibição do seu Bispo e quebrou o lacre da sua Bíblia,
onde estava escrito, que o casament o é uma coisa sagrada para todos, o que o Clero proibia e proibe
até os dias de hoje, para os sacerdotes (Padres, Bispos, Papa e Freiras). Estas e outras proibições
levaram a Martinho Lutero a escrever na porta da Igreja que se congregava, 95 teses para qu e o
Papa respondesse à luz da Bíblia.
Como naquela época, a intolerância e a vaidade do poder predominavam no Império
Romano, o Papa em vez de responder os questionamentos bíblicos de Martinho Lutero, determinou
que os seus soldados o prendessem e o matass em. Aquela, intolerância papal fez com que os
convertidos em Cristo se rebelassem contra a Igreja Católica Apostólica Romana e fundassem uma
outra denominação religiosa à qual chamaram de Igreja Luterana. Portanto, a segunda denominação
religiosa que se tem conhecimento na história.
No início do século III, o Império Romano, determinou às Igrejas controladas pelo estado,
que eliminassem todas as imagens de animais que seus fiéis ad oravam e fizessem das mesmas,
imagens de pessoas e colocassem nos Templos par a serem consagradas pelos Bispos como santos
ou santas, o que causou constrangimento aos convertidos.
Segundo os historiadores, isso aconteceu no dia primeiro de novembro dos primeiros anos
do século III, da era cristã. Razões aquelas, que levaram o dia p rimeiro de novembro a ser chamada
de dia de todos os santos.
Os fragmentos históricos do século III apontam também, que o Império Romano fechou acordo com
os seus seguidores, para que todas as imagens fossem colocadas nos Templos onde os fieis
cultuavam, em suas orações, a Senhor Jesus.
Como os convertidos não concordaram com aquela determinação, o Imperador determinou
que fossem presos todos os crentes e queimadas as suas bíblias. Como houve resistência, muitos
morreram, o maior massacre que já se oviu fal ar na história das religiões, cujo genocídio aconteceu
no dia dois de novembro dos primeiros anos do século III. Daí em diante, a data ficou sendo
chamada de dia de finados, que é venerada por muitos, em todo mundo até os dias de hoje:
Cultos, Orações, Missas, visitas aos cemitérios, acendimentos de velas, tornou -se
obrigatório para muitos no dia dois de novembro de cada ano.
Paixão de Cristo. Seis dias antes da Páscoa, Jesus Cristo chega a Betânia para passar algum
tempo com seus amigos, Maria, Marta e Láz aro.
Na véspada de uma sexta-feira, Maria, num gesto de humildade, ungiu, os pés de Jesus com
um precioso, perfume. Aquela atitude carinhosa indica o mor e a devoção que Maria tinha por Ele e
sua disposição em servi-lo.
No Sábado, o Senhor passou todo o tempo com seus amigos, como era | costume daquela
época nos dias de repouso.
No primeiro dia da semana, no domingos Jesus entrou em Jerusalém montado num
Jumentinho, cumprindo-se, assim, uma antiga profecia. A multidão saudava, gritando "Hosana!",
atribuíam-lhe, desta forma, um título messiânico, como enviado do Senhor, o Rei de Israel. Cuja
história está escrita em: João 12.12.
Na segunda-feira, Ele voltou ao Templo-e encontrou o átrio dos gentios cheio de
mercadorias e cambistas que levavam vantagem na troc a de moeda judia por "moedas pagãs". Jesus
expulsou-os do templo e virou suas mesas. Mateus 21.10.
Na terça-feira Jesus escapa em Jerusalém, Monte das Oliveiras, das ciladas teológicas que
foram armadas pelos sacerdotes. Lá ,Ele ensinou e advertiu aos seus ouvintes, por meio de
parábolas contra os fariseus. Predisse a destruição do grande templo de Herodes, e falou aos seus
discípulos acerca dos acontecimentos futuros, inclusive sua segunda vinda. Mateus 21.23,24;
Na quarta-feira, dois dias da Páscoa e da f esta dos pães, os principais os sacedortes e os
escribras procaravam prender Jesus, uma traição que estava armada para prendê -la e matá-lo.
Na quinta-feira, em um aposento de primeiro andar, Jesus preparou a si mesmo e aos seus
discípulos para a Ceia do Senhor.
Na sexta-feira, houve a traição e sua prisão, foi acoitado e zombado. Os falsos testemunhos
fizeram-no carregar a cruz até o Caveira, lá foi crucificado no madeiro ao lado de dois ladrões e
antes das seis da tarde de sexta -feira, seu corpo ] foi colocado no sepulcro, onde ficou em repouso.
No sábado o túmulo foi vigiado por soldados de Pilatos, a fim de que não se realizassem o
que Ele tinha dito. "No terceiro dia após sua morte ressucitarci".
No domingo cedo, pela manhã, as mulheres foram ao sepulc ro, e encontraram removida a
pedra que fechava a entrada. Um anjo informa -lhes que Jesus estava vivo, e entregou -lhes uma
mensagem. Jesus apareceu a Maria ] Madalena, a Pedro, a dois discípulos no caminho de Emaús e,
mais tarde, no mesmo dia, a todos os di scípulos, exceto Tomé. Deste modo estabeleceu -se o fato
histórico da ressurreição, que nos dias de hoje chamamos de Paixão de Cristo. Mateus 28.1.
No 11° Encontro Nacional de Ensino Religioso, realizado no período de 12 a 16 de Agosto
de 1996, em Brasília(DF), foram discutidos algumas práticas literárias I utilizadas no ensino
religioso das igrejas e nas Escolas.
No geral, concluiu-se, naquele congresso, que o ensino religioso é a base que os religiosos
utilizam para ensinar os débitos de determinada regi ões, o caminho j da salvação.
Discutiu-se também, sobre a oração ou reza, o confessional, interconfessional e ensino
interreligioso de cada humano.
Segundo os teólogos que lá estiveram, oração ou reza é suplicar a Deus por bênçãos
alcançadas, é também pedir graças e perdão de seus pecados ao Pai Celestial. O confessional é o
ensino ministrado por uma escola que pertence a uma Igreja ou confessa uma religião, onde prioriza
a educação da religiosidade na perspectiva de uma só confissão religiosa ou igreja. Refere-se a tudo
aquilo que desta confissão ou doutrina, visa mostrar o mundo, um culto, um rito, que obedeça os
princípios éticos, morais, costumes, leis, organizações internas, sob a orientação correspondente da
autoridade religiosa que administra. Isto pressupõe que todos os educadores ou responsáveis tenham
a mesma confissão religiosa, ou aceitem livremente participar deste processo educativo.
Interconfessional é um ensino desenvolvido entre grupos de diversas con fissões cristãs. Tem como
proposta a expressão religiosa na ótica cristã e tendo como ponto de referência Jesus Cristo, filho de
Deus, Salvador e Senhor do Univer so.
O seu livro básico é a Bíblia Sagrada. Considera o que é comum nas diferen tes igrejas ou
confissões, respeita a especificidades de cada um. Neste caso, pres supõe-se que todos os educadores
são cristãos ou participam livremente do Cristi anismo, porém seu caráter necessita de objetivos,
conteúdos e metodologias que favoreçam o respeito mútuo, o diálogo e a aceitação da maioria dos
educandos. Exige uma série de atitudes e condições, como: Esforços na busca da unidade,
respeitando a diversidade; Diálogos sinceros de forma que o educando se sinta desafiado a crescer,
aceitando e respeitando as diferenças do seu grupo de estudos.
Interreligioso é um ensino que se realiza entre grupos de religiões diferentes. Priorizado com
programas e conteúdos comuns na perspectivas das diversas religi ões existentes em todo mundo.
Não é fácil definir quais sejam estes conteúdos comuns; isto depende de acordos feitos entre as
religiões que aceitam o diálogo. Um desafio muito especial, neste campo é a formação de
professores com habilitação religiosa.
Hélio Braz
Hélio Rodrigues Braz, nascido em Itapuranga, Goiás, em 29/03/1951, professor de
matemática e educação física. Atualmente ê fazendeiro por profissão, membro ativo do Centro de
Cultura Engenheiro Bernardo Sayão e poeta de cordel.
MINHA TERRA NATAL
Hélio Braz
Terra onde muito tempo passei
Outro lugar igual jamais encontrei
Desde o dia em que nasci;
Terra dos meus queridos pais
Falar mal de ti não seria capaz
Pois lá minha infância eu vivi.
Terra do meu tempo de criança
Trago no pensamento a lembrança
Dos brinquedos que eu gostava;
Das grossas e sombrias palmeiras
Das belas e frutíferas mangueiras
Onde embaixo eu sempre brincava.
O carrinho com seis carneiros
Que ficava sempre no terreiro
Era minha maior diversão;
Nele as lenhas eu sempre buscava
Daquelas quebradas que descambavam
Lá para o lado da grota.
Já ia me esquecendo da biquinha
Que tem lá na porta da cozinha
Que molhava!... Que beleza!...
A água nasce lá no pé da serra
E o encontro da natureza.
Tinha também um monjolo
Com uma batida compassada, e vagarosa
Lá no fundo do quintal.
A água que nele caía
Fazendo mil curvas ela descia
Em direção ao bananal
Terra natal!
Papai, cedo eu ouvia teu chamado
Para levantar e ir buscar o gado
E das vacas o leite tirar.
Depressa eu me despertava
A cama quentinha eu deixava
Sem mais nada a esperar.
Mamãe, logo uns bolinhos ela fazia
Ainda quentinho, a gente comia
Depois de rezar a nossa oração;
Com uniforme engomado
Os objetos bem preparados Ia para a escola dar a lição.
Terra natal, ainda quase nada falei
Foi onde, na escola, o primeiro passo eu dei
Com apenas seis anos de idade;
Onde tive a primeira namorada
Que me deu grande felicidade.
Ainda me resta muito que falar
Mas para minha vida melhorar
De lá fui obrigado a sair;
Ir conhecer um novo mundo
Em busca de recursos profundos
Para o meu futuro prevenir
Eu sai de casa com uma noção
Estudar era minha intenção
E em medicina me formar
Mas debelados foram meus planos
Hoje eu repito tudo soluçando
Pra minha terra eu quero voltar.
Pois já estou muito cansado
De viver tanto tempo constrangido
Distante da minha terra;
O mundo judia, mais também ensina
Estou aqui cumprindo esta sina
Pois o homem sempre acerta depois que erra.
Terra natal, estou tão distante de ti
Maia já ouço sonhando, o canto da juriti
Lá no galho da paineira;
Pois sei que voltarei um dia
Para reiterar toda a minha alegria
Depois de terminar minha carreira.
Quero rever tudo de novo
Ver todo aquele meu povo
Que lá, há muito tempo eu deixei;
Ver os meus colegas de outrora
Que ainda os trago na memória
Talvez já mudaram, eu não sei.
Quero rever as campinas
Ver as águas cristalinas
Que brotam no pé da serra;
Quero subir nos montes
E, de lá, ver todo horizonte
Que rodeia a minha terra.
Sei que deve estar tudo diferente
Mesmo assim lá viverei contente
Pois não encontrei outro lugar igual;
Pode estar tudo mudado
O passado todinho acabado
Que sempre será minha terra natal.
AÇAILÂNDIA E O PROJETO CARAJÁS
Hélio Braz
Há pouco tempo passado
Neste tão rico Estado
Ninguém ouvia falar;
Nesta gigantesca ferrovia
Que transporta noite e dia
O minério do Carajás.
Veio com grande sucesso
Transportando nela o progresso
Para a nossa região,
Ela saiu de serra Norte
E cruzou de sul a norte
O estado do Maranhão.
Trouxe esperança ao fazendeiro
Trouxe conforto ao passageiro
Que margeia a ferrovia
Trouxe lucro ao operário
E a esperança de um novo dia
Várias siderúrgicas foram instaladas
Muita mão-de-obra contratada
Para explorar o minério do Carajás;
Já produz sem nenhuma embaraço
O ferro gusa e o aço
No Distrito do Pequiá.
Com ótima localização
Falo com toda sinceridade
De Açailândia do Maranhão;
A nova cidade importante
Já é atração dos imigrantes
Vindos de toda a nação.
Açailândia ainda é uma criança
E já vive nela a esperança
Do estudante, o empregado e o patrão
Os imigrantes que aqui chegaram
E de todos que acreditaram
No progresso da região.
É o maior eixo rodo ferroviário
Comentam os grandes empresários
Que aqui chegaram para ficar
Sair de carro, de trem ,de avião
Dos quatro cantos da nação
Diretamente para este lugar.
Açailândia hoje está
Ocupando o terceiro lugar
Em arrecadação tributária
Produz milho, arroz e feijão
Também no setor da criação
Possui a melhor pecuária.
Tem grande produção leiteira
E sua indústria madeireira
No mundo já se consagrou
Exporta para toda nação
Até para o Japão
Que fica no exterior.
Tem distribuidora da Petrobrás
E eu digo ainda mais
Com toda sinceridade
Abastece ao centro-oeste
Também ao norte e nordeste
Com grande capacidade.
Aqui ninguém mais já duvida
É mesmo a terra prometida
Debaixo deste céu azul
E para o sonho se realizar
Já não adianta negar
Sai daqui a norte-sul.
Este conjunto de riquezas
Eu digo com toda certeza
É manchete dos jornais
Já é o orgulho do Maranhão.
Açailândia é mesmo o coração
Do projeto Grande Carajás.
A HORA DE MUDAR
Hélio Braz
Alô, meu povo amigo
É verdade que lhes digo
Não precisa duvidar
Não guardo nenhum segredo
Falo mesmo sem medo
Agora é hora de mudar.
Mas mudar para melhorar
Não dá mais para suportar
Toda essa corrupção
Dos mesmos candidatos
Que estão atrás de outro mandato
Só para enganar a população.
Que já vive envergonhada
De tanto ser enganada
Na época da eleição
Já são dezenove anos
Uns saindo outros entrando
E o povo sempre ficando
Na mesma situação.
Mas não fique triste
Porque Deus ainda existe
E Açailândia ainda tem jeito
Para nossa Salvação
Deus mandou ao Maranhão
Doutor Rubens para ser nosso prefeito
Dê-lhe o voto de confiança
Que Rubens é a esperança
O destino desta cidade
Ele trará mais escola, mais estrada,
Luz elétrica, água encanada,
Asfalto e também a faculdade.
Rubens é paulista no documento
Mas seu grande talento já virou realidade
Quem nele vai votar
Já tem a certeza de acertar
No progresso desta cidade.
Para compor sua administração
Digo com muita convicção
Rubens escolheu gente de valores
São trinta candidatos
Pleiteando este mandato
Na Câmara de vereadores.
Mas para completar
Ainda me resta falar
De um brilhante passado
Do nosso futuro vice-prefeito
Homem bom, sem defeito,
Honesto, sincero e educado.
Falo do amigo Zé Pretinho
Que trata o povo com carinho
Pois tem fina educação
É um bravo lutador
Vai ter ele seu valor
No dia da eleição.
Quem tem boa memória
E conhece bem a nossa história
Tem até vontade de brigar
Mas quem tem opinião
Não aceita mais corrupção
Dessa vez vai mudar.
Eu sigo a minha meta
Pois todos homem é poeta
Só não o é, quem não quer
De todas as suas metas
A principal delas é a mulher
Mas para Açailândia melhorar
Já não adianta negar
Agora é hora de mudar.
NADA TENHO
Hélio Braz
Não tenho passado
Não tenho presente
Também do futuro
Sou muito distante
Não tenho saudade
Não tenho alegria
Até nos meus versos
Não tenho poesia
Não tenho riqueza
Não tenho sorte
Não tenho sucesso
Em nenhum esporte
Não tenho segredo
Não tenho amigo
Não tenho medo
Nem do perigo
Por fim... Nada tenho?
Nada tenho? Não sei!...
Eu tudo possuo.
SE EU PUDESSE O QUE DARIA A MINHA
Hélio Braz
Faria tudo que ela desejasse
Faria o tempo parar
Dar-lhe-ia vida eternamente;
Com toda sinceridade,
Eu daria, a ela, de verdade,
O mais valioso presente.
Daria a terra, o céu e o mar
E tudo que nela há
Daria saúde e poder;
Com muita humildade
Daria, ainda, toda felicidade
Que muitas vezes não pôde ter.
Daria muita amizade
E toda esperança Mataria a saudade
Acabaria com a distancia
E dava fim à solidão.
Mas querer, nem sempre é poder
Hoje, só o que lhe posso oferecer.
E um abraço, do fundo do coração.
João Bosco Gurgel, filho de Sebastião Ferreira de Li ma e Terezinha
Gurgel de Lima, nasceu em Janduís -RNM aos 27 de janeiro de 1968. Fez
seus estudos, até o ensinoi médio, naquela mesma cidade. Participou
ativamente dos movimentos estudantis no Rio Grande do Norte, ondel
ajudou a fundar e consolidar o Movime nto de Escambai Teatral de Rua. Foi
secretário Municipal de Educação e Presidente do Conselho Municipal de
Cultura, em sua cidade natal. Em 1993 se transferiu para Imperatriz-MA,
onde fez parte do Movimento de Educação dei Base -MEB, chegando a
exercer a função de Coordenador. Ainda em Imperatriz, fundou vários
grupos de teatro. Concluiu o curso de Licenciatura Plena, em \ Letras/Português e Literatura, pela
Universidade Estadual do Maranhão -UEMA. Em seguida, fez pós-graduação "LATU SENSU, " nas
Faculdades Integradas de Amparo-SP. Em Açailândia, onde reside há vários anos, ministrou aulas
de Língucn Portuguesa nos grandes colégios da rede pública e particular. Atualmente, é professor
técnico concursado da Secretaria Municipal de Educação el Coordenador de Cultura do Município.
O CIRCO E O CERCO
João Bosco Gurgel
Era uma vez um rei
Que gostava de pão e circo
Mas não sabia ele
Que o cerco estava por vir
Todos estavam a sorrir
Ao sabor dos coquetéis
De repente um grande
Alarido se ouviu
Do fundo de um mar de lama
Que ninguém dava por conta
Que um dia viesse a acordar.
Qual vulcão adormecido,
O mar de lama explodiu. Bummmmm!
O rei, desesperado, não entendeu
Aquele acontecimento inusitado,
Sombrio e triste
Foi quando os seus bajuladores
Com as bocas ainda estufadas
De restos de coquetéis
Babaram e se lamentaram Daquela má sorte
O rei não sabia
Que o cerco era um circo
E o circo era um cerco.
De repente, como num passe de mágica,
Tudo recomeçou
O circo, o cerco
Porque na estrutura
E na superestrutura
Sempre haveria de ter
Pão e circo
Circo e pão
Circo e cerco
Como num ciclo vicioso
Circo, cerco
Pão e circo.
ABOLA
João Bosco Gurgel
Se o mundo é uma bola
Deve ter seus boladores.
Quem inventou essa bola? Sei lá!
Sei que me jogam em cima del a
Sempre para baixo
Nunca para cima.
Porém, mesmo assim,
Dedilho minha viola
Sob e sobre
A grande bola
SEVERINO BOM DE LÁBIA
Severino era um tipo magro, esquálido, esquelético. Tinha quatro ou cinco fios de cabelos na
cabeça. Devido a um desvio na coluna , seu corpo apresentava uma curva bem acentuada. Tudo isto
foram as marcas deixadas por sua idade, pois já contava 84 anos vividos com intensa resistência.
No tempo em que era rapazote, realizou muitas facetas em uma região atrasada em quase todos os
aspectos. Suas proezas eram admiradas por todos devido ao fato de ele não ser um sujeito letrado, mas
feito no aprendizado da vida.
Era conhecido na região como mulherengo, bom de papo e boa pinta. Usava sempre tecidos finos
da época como cambraia bordada e linho. Mantinha os cabelos bem penteados à base de brilhantina
para ficarem sempre arrumadinhos. Para ele, o cabelo e a vestimenta eram armas fatais nas
empreitadas com as mulheres.
Certo dia ele foi à casa do seu tio. Chegando lá, havia uma cigana que dizia ler a mão do povo.
Quando viu Severino logo começou a fazer -lhe elogios. Que moço lindo! Que moço importante! De
onde tu és, garanhão? Estou vendo um grande futuro dentro de você.
-Deixe eu ler sua mão?
-Deixo nada, retrucou Severino
-Porquê?
-Porque eu não acredito em idiotices. Eu sou é cabra macho do sertão. Já
vim com meu destino traçado por Deus.
-Mas não é isso que você está pensando. Eu estou vendo muito sangue
vivo dentro de você. Está borbulhando!
-Mas é claro, sua besta. Eu estou vivinho da silva!
-Deixe?
-Não.
-Vem cá, gostosão!
-Tá bom, leia depressa.
A cigana começou a mentalizar algo que só ela sabia, na sua manha do dia -a-dia. De repente deu um
salto da cadeira de balanço, arregalou os olhos e disse :
-Você é muito bom de mulher!
-Isso eu já sabia, porque elas sempre foram doidas por mim.
-Você tem voz e pulsos muito fortes!
-Isso também eu sei. O pulso forte é porque como muito feijão de corda com
rapadura, cuscuz e coalhada. A voz, é porque eu tenho um pulmão de aço e cordas vocais é porque tenho voz de macho. Nunca falo pelo nariz. Minha voz soa como um
ronco de leão.
- Pelo que estou vendo a senhora está só enrolando o meu tempo. Até agora só disse o que
eu já sei. Fique a senhora sabendo que ninguém nessas bandas de cá é mais forte, bonito e
corajoso do que c Eu sou cabra passado n a casca do alho. Eu não penso; eu adivinho; eu não
corro; eu vôo; eu não falo; eu grito. Comigo se ficar o bicho não pega; e se correr o bicho não
come, porque o devoro em questão de segundos. Severino retirou -se deixando a cigana apaixonada,
de boca aberta.
Havia um forró pesado na casa do seu Nan, naquele mesmo dia, e Severino j fora convidado
pelos organizadores. E até já havia um plano premeditado para acabar com a foba dele. Era noite de
lua cheia. A rasga-mortalha deu aquele grito, por cima da casa aonde ele estava. - Meu Deus, que
coisa! Será que esse forró vai dar certo?! Mas eu tenho que ir. Se não, vão me chamar de frouxo.
Ai, minha barriga! Foi o diabo daquela coalhada que estava estragada. Mas eu vou. Meu Deus,
será que vou?! Foi. E nem imaginava o que o esperava quando Severino adentrou no recinto, a
mulherada já estava toda em fila para disputar uma dança com ele. A arapuca estava armada.
Dançou, suou, cansou. Lá pela madrugada, Tetê, uma prostituta fogosa e go stosa, caiu nos braços
de Severino, fazendo juras I de amor e enroscando a língua nos lábios com certa lascividade. Fez
aquele convite indiscreto. Logo saíram do salão.
Foram para uma casinha de taipa, abandonada há algum tempo.
Ela despiu-se com certa engenhosidade, própria das mulheres do seu afazer de amante
profissional. Nessas alturas, Severino tremia mais que vara verde e sua libido parecia não mais
existir. Angustiado, suando frio, ele não conseguia acreditar no que lhe estava ocorrendo. Cadê o
cabra macho?! Por onde andava o garanhão do sertão?! A suadeira, cada vez mais aumentando. -
Não é possível - pensava. Acontecer uma coisa destas, logo comigo?
Sentiu que era o fim; fora derrotado, finalmente. Adeus fama e prestígio. Enfim, tomou uma
resolução: com voz trémula, saltou longe e disse:
- Não posso cometer esse ato, porque estou tomando um remédio que o farmacêutico me
passou. Se eu fizer essa danação, corta o efeito do medicamento e eu posso até ficar inutilizado.
Avisados por Esmeralda, a cigana d esprezada por Severino, escondidos por detrás da casa,
estavam todos os gaiatos que armaram para o pobre Severino. Um sonoro coro de gargalhadas
irónicas cortou o silêncio da madrugada. - Cadê o Severino bom de briga?! E agora?!
Severino, sem perder a pose , disse: - Se não fosse esse medicamento que eu tomei, vocês
iam "ver! Eu vou marcar outro dia pra ver se eu nego fogo!
Mas, desse dia por diante, Severino nunca mais foi a uma festa. Certa feita, a cigana o encontrou
muito desanimado e desconsolado. - Severino - disse ela -eu não sei de tudo, mas sei armar.
Jessé Gonçalves Cutrim é professor e agente político, maranhense,
radicado em Imperatriz(MA); colecionador de frases e ditos populares. Nasceu
em Bacabal (MA) e vive em Imperatriz há mais de dez anos , exercendo
atividades docentes em várias cidades da região tocantina, dentre elas:
Açailândia, João Lisboa, Senador La Rocque e Estreito. Pós -graduado em
História do Brasil, pelas Faculdades Integradas de Amparo (SP), ex -professor
de História, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Centro de
Ensino Superior de Imperatriz (CESI) e de Ensino Médio, na Escola Amaral
Raposo (pública).
Atualmente está licenciado, sem remuneração, por estar exercendo a função de Vice-Prefeito e
coordenador geral do Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos (AJA), implantado no início
do atual governo "Democrático e Popular". Tem diversos artigos publicado em periódicos da região
sul maranhense sobre educação, história e política.
É co-autor de várias edições compactas de auxílio ao Ensino de História (nível médio) na
rede publica estadual.
Coordenou a obra "Máximas, Pensamentos e Frases Políticas", em 1999. Jessé Gonçalves,
foi eleito Vice-Prefeito de Imperatriz em outubro de 2000, na chapa encabeçada pelo então
deputado estadual Jomar Fernandes Pereira Filho (PT).
Socialista nato, Jessé Gonçalves é fa liado, 2"' vice-presidente do PSB/MA e ex-presidente
do Diretório Municipal do PSB (Partido Socialista Brasileiro) em Imperatriz (MA) - biénio
2000/2001.
Na literatura, estreou escrevendo artigos e ensaios ocasionais. Em 1998, escreveu o livro
Máximas, Pensamentos e Frases Políticas, 90 páginas.
O APRENDIZADO DO PRIMEIRO AMOR
Jessé Gonçalves
No início dos anos 80, uma pequena cidade da região tocantina recebe um ! jovem de
dezenove anos de idade, com muitos sonhos e ideias, como a maioria nessa idade. No entanto,
sua maior preocupação era conhecer, ali, sua tão espera da primeira namorada. Aquela que o tirasse
de uma situação incómoda, fruto de sua timidez.
Mesmo não sendo ele detentor de beleza física, possuía um espírito altivo e um coração
generoso, qualidades que logo chamaram a atenção de jovens da cidade (até mesmo por ser "cara
nova no pedaço"). Logo surgiram bilhetes e recados (levados pelas alcoviteiras de plantão).
Uma alegria tomou conta do seu coração. Estava na iminência de realizar o sonho do
primeiro amor.
Porém, a expectativa da alegria vinha acompanhada de dúvidas, afinal pas sara anos
idealizando a namorada perfeita (o que é comum em pessoas solitárias), um amor de conto de
fadas. Teria de saber escolher dentre as pretendidas aquela que viria a ser sua princesa.
Passou ele então a questionar sobre aquelas garotas que lhe vinham falar. O tempo vai
passando e cresce a pressão sobre ele. Além disso, logo deixari a de ser novato, deixaria de_ser
atração, seria mais um jovem da comunidade "sem I expressão" (pelo menos é assim que a
maioria das moças se referem aos rapazes I que já são da cidade). O problema é que, a princípio,
julgou todas que lhe foram I apresentadas um tanto atiradas, algumas assanhadas mesmo, pelo
que não se encaixaram no modelo da namorada ideal.
Havia, no entanto, uma com a qual ainda não falara, mas que o olhava timidamente,
singularidade que lhe chamou a atenção e roubou -lhe a paz.
Logo, soube que a encantadora moça nunca namorara; seus pais eram ricos (pelo menos
para o padrão de vida do local).
Que felicidade teria se fosse contemplado com o primeiro amor também j vivendo o
primeiro amor! Era esse o sonho que nutria sua tola vaidade.
Então, deixou de lado a timidez e partiu para as investidas. Nada poderia sair errado, pois a
garota também demonstrava simpatia por ele.
Contudo, no caminho de todos os imensos e belos amores sempre surgem grandes
obstáculos. Não poderia expor o amor que s entiam e viam crecer em admiração e ternura a cada
dia. Seus pais queriam vê-la estudando e só depois de formada permitiriam que namorasse. Além
disso, deveria relacionar-se com "doutores". Não bastasse tamanha oposição social, contara -lhe que
seu pai era valente e seus irmãos, ciumentos (são sempre assim as histórias de amor). Mas que
coisa, justo com ele isso teria de acontecer! Teria que esconder de todos o seu 1 primeiro e grande
amor?!
Teve de se contentar em namorar apenas com olhares e encontros ev entuais. Por que tanto amor
para dar deveria ficar retido, represado, estagnado? - questionava-se o jovem enamorado.
Mas, o pior ainda estava por vir. Os pais da ninfeta souberam do namoro e a pressionaram para
que rompesse aquele relacionamento indesejáve l. Acuada, ela não teve outra saída, mas, para consolo
de seu amado, amenizou a separação com um bilhete em que justificava que eles estariam apenas
"dando um tempo".
Já completamente entregue à paixão, "o mundo caiu -lhe sobre a cabeça". A vida não tinha mais
nenhuma graça naquela cidadezinha inicialmente tão acolhedoura. Como era um "lugar pequeno", logo
todos sabiam da sua paixão. Como ocorre na maioria das vezes em que se dá essa situação, tentou
fugir daquela pertubadora situação, pelo menos fisicamente. Sair dali, viajar era tudo o que a mais forte
ideia que lhe "rondava a cabeça".
Um dos seus amigos veio com uma proposta luminosa: ir a um garimpo no Pará, onde um
suposto "bamburro" (descoberta de muito ouro) o deixaria rico. Então, poderia retornar em condições
muito favoráveis. Seria, portanto, muito mais facilmen te aceito pelos pais de sua amada. Voltaria a viver
sua linda paixão, abertamente.
Com entusiasmo e esperança, lá se foi ele para as bandas do Pará (sem nunca ter estado num
garimpo). Passou a enfrentar todas as agruras que a vida de garimpeiro pode gerar. Foram três meses
socados nas matas da Amazónia Legal, vivendo dias de terror, enfrentando animais selvagens, pragas,
doenças, desnutrição, o permanente risco de assassinato e o esgotamento f ísico. Mesmo com o coração
em ruínas, nutria o sonho de sair dali "bem de vida" e voltar a sorrir para a vida com com os seus sonhos
realizados.
Passados os primeiros doze meses, entretanto, diante de tantas e tamanhas dificulidades, tiveram
(ele e seu colegas de barracos) que "entregar os pontos". Não tinham mais suprimentos, estavam todos
desfigurados e com o peso reduzido consi -deravelmente. O sonho estava desfeito, voltar era o único
meio de continuar a viver. E assim fizeram, com lágrimas nos olhos. Era a mais completa desaventura.
Assim como o sentimento do fracasso, a recuperação física (sob os cuidados de sua mamãe, em
sua terra natal) durou meses.
Já refeito, era hora de voltar à cidade onde deixara o coração. Iria rever sua amada, se é que assim
ainda podia chamá-la. Mil pensamentos associaram-se à mente.
Ao chegar, todos já sabiam de sua desventura no garimpo, o que pouco lhe importava. O que
contava era somente a reação do objeto de sua grande paixão, que não mais lhe dispensou a mínima
atenção, apesar de seus apelos e melancólicas suplicas. Entendia que fora ao "fundo de poço". Como
suportaria essa dor? Como reagiria ao fracassado amor primeiro?
Ainda em meio a muita dor, recompôs -se e decidiu continuar ali, mesmo, embora tivesse de
"engolir" a amarga rejeição de sua amada. Pior que isso: ter de assistir seu antigo amor sempre de
braços dados e coração entregue a um outro torasteriro, recém-chegado à cidade.
Passou-se um ano de choro e lamentações e uma enorme e contida dor. Era um castigo muito
intenso para quem queria tão pouco, ou melhor, para quem só desejava amar e ser amado. Era difícil
comprender. Mas a vida é assim mesmo. Outros amores virão...
José Napoleão
José Napoleão Nunes Gomes, nasceu em Cajuapara — Açailândia, no dia
17 de novembro de 1958. É filho de Aristeu Gomes e Corina Pires Nunes.
Passou sua infância com seus pais. Fez seus estudos primários nos colégios
Viriato Correia e Gonçalves Dias, ambos em Açailândia. Posteriormente
transferiu-se para Imperatriz, onde con cluiu o Ensino Fundamental. Com
sede de buscar novos j horizontes, foi para Goiânia afim de concluir o
Ensino Médio. Lá, prestou vesti bular para Medicina Veterinária, foi aprovado e iniciou o curso na
Universidade Federal de Goiás-UFG. Transferiu o curso para a Univer sidade Estadual do
Maranhão-UEMA, para acompanhar de perto o seu pai que adoecera. Concluiu \ o curso de
Medicina Veterinária e iniciou o curso de Farmácia Bioquímica, pela Universidade Federal do
Maranhão(UFMA). Por motivos superiores, não che gou a concluí-lo. Casou-se com Suely dos
Santos Sousa Gomes. Tiveram deste matrimónio, dois filhos - Corina e Hugo.
O NEGRO TRÊS CARREIRAS
José Napoleão
Internação do negro Três Carreiras, é um dos contos poéticos que faz parte da sua coleção
literária. Oriundo do Estado da Bahia, chegou em Açailândia, nos meados dos anos 70, com seus pais
e os irmãos: Creusa, Tico e Lucinha que recebi am o mesmo sobrenome. Com eles veio o avô Vicente,
formando assim uma bela família de lavradores. "Seu Germino," como era conhecid o naquela época,
era um exímio carpinteiro, fabricava cancela e curral nas fazendas, sempre com a ajuda do filho Tico.
Todos pessoas agradáveis, boas de se conviver
Germino Rodrigues, ao chegar no Cajuapara, vilarejo pequeno do interior maranhense,
dedicou-se ao trabalho e às histórias das "bocas -de-noites".Numa delas ele disse: - compadre
Aristeu, um dia um negro que eu conheci na Bahia, foi fazer consulta a um médico; chegou ao
hospital, amarelo, fraco e com muita dor na barriga. - O senhor vai ficar hospitalizado, disse o médico.
O negro Três Carreiras, deitou numa cama e ficou lá no hospital. Tomou muito remédio e se sentiu
forte outra vez - Dona, quando é que vou embora? perguntou à enfermeira. - Só quando o doutor te
der alta .Ele foi para Salvador e só retornará daqui há oito dias.
O Nego Três Carreiras ficou muito chateado, pois queria voltar logo à fazen da para trabalhar.
Entretanto, teve que esperar para oito dias depois. O Nego Três Carreiras, era assim chamado porque
tinha três arcadas dentárias na boca na parte superior, estava nervoso e impaciente. Lá chega o doutor.
Encontrou o Negro Três Carreiras na porta do hospital conversando com um capataz da fazenda, que
queria saber quando ele voltaria para o trabalho. - "Doutor, o senhor não vai me dar alta, não"? -
Conversa, seu molequinho! Porque não me esperou lá no lugar onde te deixei.?! - Já tô cansado de te
esperar deitado ,"grandão" de mil e seiscentos diabos - respondeu Três Carreiras, e se aproximou do
médico. O médico era um homenzarrão, de mais ou menos 1,80m pesando uns cem quilos, eo Negro
baixinho, porém forte. O Negro três Carreiras foi pra pegar no braço do doutor. E ele virou de uma vez
pra segurar o Três Carreiras. Neste momento "atracaram-se". O doutor pegou na garganta dele. Como
ele era baixinho, não teve outra alternativa a não ser agarrar no saco escrotal e pênis do doutor. E
ficaram rodopiando na frente do hospital, de frente para a praça em Itabuna. Segundo Germino, eles
ficaram ti ti ti ti ti... até quando o negro conseguiu se soltar, e pulou na garupa do cavalo do amigo e
abriu fora para a fazenda, numa velocidade espantosa, que chegou a levantar bloquetes da praça por
onde o cavalo passava..
Daquele dia em diante, o médico ordenou que não mais atenderia a gente com três arcada s
dentárias, pois julgou aquele ato uma aberração diabólica.
UM CONTO BAIANO
José Napoleão
Não temos aqui a intenção de levar até você o dialeto do bom povo baiano, o baianês, como
dizem alguns admiradores daqueles nobres brasileiros. O baiano é criativo, inteligente e dinâmico. Há
até quem diga que baiano e cearense são cosmo politas, existe sempre um representante deles em
qualquer parte do mundo. Tenho por este povo um apreço muito especial que não cabe aqui
esmiuçá-lo.
Um certo dia, conversando com um companheiro que "veio da Bahia" ainda criança, ele me
deixou perplexo com sua história vivida e com seus anseios. Pelo que notei, com minha facilidade
para captar as coisas, ele aspira mudar os rumos da política suja que presenciamos em todos os
rincões e grotões deste país. É um baiano de verdade. Vínhamos na cabine de um caminhonete D -
20, quando tive a ideia de perguntá -lo: - Você nasceu na Bahia ou é apenas filho de baiano?
- Não, na verdade sou baiano de nascimento; ocorre que cheguei nesta região ainda
criança,; respondeu o baiano. O carro corria na estrada esburacada que liga as principais cidades do
Bico do Papagaio, região bonita e de gente humilde.
Conversa foi, conversa veio e continuamos tocando em frente.
-O senhor é daqui mesmo desta região? Pe rguntou-me o baiano. Respondi que não. Disse-lhe
que sou natural de Açailândia, onde resido e exerço algumas atividades profissionais. Disse, ainda,
que no Tocantins sou médico veterinário do Estado. Neste momento, com meu breve relato, o baiano
olhou-me com ar de surpresa e disse: - Conheço sua região. Foi exatamente em Açailândia, num
povoado, hoje bairro daquela cidade, que fomos morar quando aqui chegamos, no povoado co
nhecido como Pequiá dos Baianos, no Estado do Maranhão, ainda no início da década de sessenta.
Existiam poucas pessoas no local. As pessoas iam chegando e demarcando suas áreas.
Neste momento, o baiano olhou pela janela do carro, mirou o crepúsculo - e parece ter lido
muito Rousseau - quando disse: - É uma tristeza lembrar daquelas guerras pelo chão, que é de
todos. Ninguém era capaz de dizer "poupai-vos de dar crédito a tais impostores, a terra não é de
ninguém, e os frutos que ela produz pertencem a todos". Daí concluí: este baiano não é brincadeira,
cita até trecho do Contrato Social. Perguntei: - E seu pai, marcou algumas terras por lá?
- Bem que tentamos, eu e meu velho pai vimos que a única saída era empre endermos mata
adentro e demarcar uma área. Só que próximo à rodovia BR -222, não havia mais terra desocupadas.
Tivemos que adentrar bastante nas matas, até que encontramos outros conterrâneos acampados em
umas barracas. Lá começamos a fazer uma roça. Daí veio o problema! Chegaram uns homens
armados e expulsaram, sem dó nem piedade, a tiros, todos os ocupantes da área. Eu, ainda mui to
criança, com pouco mais de oito anos de idade, no meio do tiroteio. Saí desesperado com meu pai,
fugindo pela mata, sem rumo nem destino. Muito dentro, encontramos outros barracos. Já era
noite. Meu pai me disse: - Filho, temos que pousar aqui, amanhã muito cedo iremos embora.
Mais tarde depois de termos jantado, chegaram dois homens. O dono do barraco estava
sentado em uma rede, eles não deram boa noite e foram logo perguntando: - Aqui não chegou um
homem preto e um menino?! Chegaram, disse o dono do barraco quase inaudível.- Chame eles aí,
ordenou um dos forasteiros. -Podem entrar, eles estão lá dentro. Os dois homens, cada um sacaram um
revólver, e entraram no barraco para matar a mim e ao meu pai. O dono do barraco nos salvou
surpreendendo os assassinos com uma arma pelas costas, ordenando a saída dos mesmos. Na calada
da madrugada e protegido pela escuridão das matas, fugimos...
Esta história do Baiano marcou-me muito, deixou-me perplexo, porque aquilo era um "flashback"
de minha vida. Convivi também com as mesmas angústias acompanhando de meu velho pai, Aristeu
Gomes, naquela região. No entanto, perseguição a criança, no intuito de assassiná -la, é demais!
O JEITO DE JEREMIA
José Napoleão
Nuca gosto de me importunar,
Lutar muito é para os imortais.
Desde que nasci a vida foi só tentar
Os verbos que mais conjuguei foram impessoais.
Qualquer dia destes talvez morra,
Morro acima sempre levei meu fardo,
Cansei; não peço mais socorro,
Quanto mais tento mais me acovardo,
Sou filho desta terra de Gonçalves Dias e de João Lisboa.
Acho que sou gente boa!
Legítimo de Aristeu e Dona Corina,
Será que não mereço que os deuses revejam minha sina?
Luís Gonçalves
Luís Gonçalves da Costa, Brasileiro, casado, Pas tor Evangélica, bancário, poeta e
professor, formado em História pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) nasceu em
10.01.1952, no pequeno lugarejo lo calizado no interior do Maranhão, chamado de Angical,
município de Presidente Dutra.
Em função da instabilidade da família, isto é, das cons tantes mudanças de domicílio,
e sempre morando no interior do Estado, teve seus estudos prejudicados, conseguindo com
muita dificuldade, concluir apenas o 1º e 2° ano primário, aos doze anos, entretanto,
conseguiu a melhor nota da
escola - (10).
Na década de 60, seus pais, mudaram-se para Imperatriz. Embora enfren tando dificuldades de ordem
financeira, conseguiu ser aprovado no exame de admissão para curso ginasial. Na ocasião, conseguiu seu primeiro
emprego sem registro em carteira, em uma sapataria, o s vencimentos eram apenas suficientes para pagar as
mensalidades da escola.
Ainda muito jovem, já escrevia poesia, as quais eram publicadas em um pequeno jornal de circulação interna
da Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Imperatriz, no qual auxiliava na redação, mais tarde, em parceria com um
cantor sacro, compôs diversos hinos evangélicos, muitos dos quais, estão grava dos em CD's.
Das inúmeras obras de sua autoria, através deste "opúsculo ", publica as seguintes poesias: A Família, Leitura
Recomendada, Maranhão do Sul, Saudade, Teus Olhos, Sua Beleza, Tua Existência e Tua Voz.
A FAMÍLIA
Luís Gonçalves
A família a é mais bela pérola singular
Que Deus um dia sabiamente a criou
Constitui a formação de belíssimo lar
Onde se percebe um destacado valor
É a instituição mais perfeita e divina
Sua importância é de caráter sem par
É a Bíblia, que tudo isto nos ensina
Que toda família Deus quer abençoar
São tantas bênçãos que vêm do Senhor
São tantas, que não se podem contar
E naquela família onde existe o amor
Com toda certeza Deus faz prosperar
Esposo e esposa, com os filhos seus
Alegres e sempre ao Senhor bendizem
Vencendo lutas, com a bênção de Deus
Com tantas vitórias, vivem todos felizes
E assim é, a família que Deus a criou
Vivendo na paz, da mais perfeita união
E o lema de cada família, é o amor
Regado por Deus com a bendita unção
LEITURA RECOMENDADA
Luís Gonçalves
A leitura sempre traz
A pessoa bem informada,
E aquela que lê mais
E muito bem preparada
Seja ele ou seja ela
Uma leitura mesma singela
É sempre recomendada
Na leitura dever ter
O leitor muita atenção
Para melhor a compreender
Na hora da meditação
Leia sempre que puder
O livro que bem quiser
Quem lê sempre tem razão
A leitura é saúde
Para quem estiver doente
Leia sempre e sempre estude
Seja alguém inteligente
A leitura não aborrece
E quanto mais se ler conhece
Que se desenvolve a mente
MARANHÃO DO SUL
Luís Gonçalves
Não é lenda, mas realidade
De um povo forte e mui varonil
E mais um Estado que na verdade
Será criado, em nosso Brasil
Estado novo, eficiente e forte
Que se abriga sob o céu azul
Um dos extremos limita ao norte
Será chamado Maranhão do Sul
Estado rico de ponta a ponta.
De povo sábio e culturas afins
A sua riqueza a todos encanta
Às margens do rio Tocantins
O Estado rico, de povo nobre
Honesto, forte e trabalhador
Sua riqueza supera ao cobre
Seu solo é fértil de ímpar valor
Uma estrela a mais, há de brilhar
Sob a abóbada de um céu azul
E uma bandeira há de flamular
É o novo Estado, Maranhão do Sul
Gente brava, de afeto valor
Luta com fé e há de vencer
Por conta deste tamanho amor
Na luta mostra que tem poder
Esta é uma luta de todos nós
Em uma só voz, proclamaremos
E o resultado, teremos após
O novo Estado que nós queremos.
SAUDADE
Luís Gonçalves
Quando existe saudade
É sinal que existe amor
Para falar a verdade
Saudade dói como a dor
Quando a saudade aperta
A gente fica desesperado
E somente o amor conserta
Quando algo está errado
A saudade deixa inquieto
Até mesmo quem está perto
De quem a saudade sente
Sentir saudade é sofrer
É como uma dor a doer
Uma dor que mata a gente -Em 12.02.01.
SUA BELEZA
Luís Gonçalves
Parece um anjo podes crer
Em matéria de beleza
Outra igual não pode ter
Como essa linda princesa
É de fato sem paralelo
Com sua beleza pura
Para se campará a ela
Não há outra criatura
E meiga e muito singela
Incapaz de ofender alguém
As virtudes que existem nela
Não existem em mais ninguém
É bastante compensador
A gente lhe observar
la parece uma flor
No jardim a desabrochar
TEUS OLHOS
Luís Gonçalves
Olhar em teus olhos
Eu queria tanto,
Pois eles me encantam
De tanta beleza
Falo com franqueza
E com admiração
Onde meu coração
Te ama com certeza
Está junto a ti
E uma felicidade
Falar a verdade
É gostar de você
Queria eu saber
A razão disso tudo
Será a juventude
Que emana de te ser
Teus olhos a brilhar
É um encanto sem fim
Quando olham pra mim
Eu paro de vez
Passo até um mês
No mesmo lugar
A te admirar
Com minha timidez
Me foge dos lábios
A força de expressão
Mas meu coração
Bate mais forte no peito
Sei que este teu jeito
Que me deixa parado
Mas estando ao teu lado
Sou homem perfeito
Ah! quem me dera
Que o tempo voltasse
Então eu chegasse
A ser de novo criança
Mas esta esperança
Está descartada
E nesta minha jornada
Ninguém me alcança.
TUA EXISTÊNCIA
Luís Gonçalves
O que eu penso de fato a cada instante
É bem difícil de escrever ou de falar
Sofro demais por está de ti distante
Meu coração jamais pára de te amar
Sinceramente tu traduzes felicidades
Tens comprovado que és cheia de carinho
Tu na verdade, fez minha eterna felicidade
Sou feliz por ter você em meu caminho
Sou muito grato pela tua existência
Sempre admiro esta tua bondade pura
Vou persistir e manter a persistência
Pois tu és pra mim, a mais bela criatura
Sinto saudades no dia que não te vejo
Não vejo a hora de em fim te encontrar
Para juntinho eu matar os meus desejos
Pois meu prazer é de sempre te amar
TUA VOZ
Luís Gonçalves
Ao ouvir a tua voz
Meu coração sente paz
Em um minuto após
Sofre por não te ouvir mais
Espero o tempo passar
Pra te ouvir outra vez
Não vejo a hora chegar
Pois um minuto poder demora
Para mim, muito mais que um mês
De repente ao te ver
A alegria a mim vem
Começo logo a perceber
Que é porque te quero bem
Sou feliz por te amar
E com bastante razão
E cada vez que te encontra
Me inundo em emoção
Não dar mesmo para expressar
O que sente o meu coração
Que somente em imaginar
Sinto uma grande emoção
E quando penso em escrever
Começo logo a perceber
Que a caneta treme na mão
Unir meu corpo ao teu
Sentir o teu junto ao meu
É algo que me completa
Porém tu és uma musa
Que o devoto não abusa
Mas que inspira o poeta.
Moaci Fernandes
Moaci Fernandes de Sousa, filho de José Fernandes de Sousa e Maria Ester Fernandes
de Sousa. Nasceu no povoado de Espírito Santo município de Santo António
dos Lopes, Maranhão em 15/04/1964.
Residindo em Açailândia desde 1986, quando naquel e mesmo ano, reiniciou seus
estudos na escola Américo I Vespúcio e no ano seguinte passou a estudar na escola Dr. José
Sarney, onde concluiu o Iograu no ano de 1990. Em 1991, matriculou -se na escola pública
Maria Izabel Pereira Cafeteira, onde con cluiu o 2o grau em 1994.
Participando de show de calouros, começando ainda em 1986, assim ini ciou-se a lida
cultural nesta cidade. Em 1990, quando convidado a participar do grupo de teatro amador
Egipã, foi que a intensa atividade cultural começou. Sobrevivendo como fotógrafo profissional
desde 1987, participou também do segundo festival poesias de Açailândia, ficando em segundo lugar na categoria livre
com a poesia - A Súcia Sub-Reptício no país tropical. Também participando do carnaval de rua desta cidade, isso nos
anos de 1992 a 1995. Atualmente fazendo parte da história da escola Maria Izabel Pereira Cafeteira, como compo sitor
da melodia do hino daquela escola, hoje vive trabalhando nas composições de seu primeiro CD.
Buscando espaço na mídia local, apresenta um programa cultural Sábado Cidade Show), na Rádio Comunitária
Açailândia, fazendo parte da equipe de voluntários daquela emissora desde 1998. Dentre tantos seguimentos culturais
de nossa cidade, é membro fundador do Centro de Cultura Popular Engenheiro Bernardo Sayão.
PAISAGEM SOLIDÃO
Moaci Fernandes
Por trás das ladeiras,
Terra das palmeiras,
Mas aqui não há....
Só pequenas colinas,
Bonitas meninas,
Despertam sonhar.
Em cada esquina,
Saudade infinita,
De alguém que ficou...
Passado marcado, no meu coração.
Vinte e dois de maio - rua Maranhão.
E o mar verdejante, que já foi
Hoje é um mar de imigrantes de todo lugar.
Tua mata e teus índios,
Rosa e João Mariquinha, já se foram...
Mas num recital da história, na memória,
Traçaram destinos,
Feito Juscelino e Bernardo Sayão.
Eixos que rodam, carros que passam levando o país
E esse mundo que um dia alguém criou
Às margens da BR 010;
Sobre o sonho que um dia alguém traçou
Destinos da BR 010.
E descrevendo olhares dessa gente,
Vejo que ela anda indiferente,
Aos problemas que são meus.
Disfarça a tristeza,
Faz do amargo hortelã
Porque espera no amanhã
Antes o riso que a dor.
Essa gente quer sonhar e ser feliz,
Meu São Francisco de Assis.
De braços abertos, lá no centro da cidade,
Diga o preço da felicidade
Será toda simplicidade,
De Narciso e Caridade,
Que precisamos saber?
Nos ensina sonhar e ser feliz,
Meu São Francisco de Assis
E quando amanhecer,
No rádio vai tocar uma canção, que faz lembrar:
Praça rios, final de semana
Castelinho e Gigantão e uma estação
Onde o ferro fez estradas, Norte -Sul e Carajás.
E quando amanhecer,
Preocupado, um professor vai dizer:
O futuro é agora, nunca antes ou depois
E um carro em disparada, na BR 222,
São pessoas, que se completam em seu trabalho
Feito Açaí e Região
São os ciclos que passaram,
Açailândia - Maranhão
E quando amanhecer,
No rádio vai tocar uma canção,
Pra rimar minha paisagem solidão...
Que descreve Açailândia - Maranhão
RETRATANDO AÇAILÂNDIA
Moaci Fernandes
Me chamo Moacir Fernandes,
Não sou filho da dor,
Mas amo as coisas do mundo
E aquele que lhe criou.
Amo até os ponteiros do relógio,
Que batem sem se cansar.
E em suas batidas,
Vão sábios a transformar:
Os momentos preferidos,
Os nossos entes queridos,
Eles também vão levar.
Sou filho de Santo António dos Lopes...,
Um santo casamenteiro,
E tenho amor verdadeiro
Por ti Açailândia.
Não sei se casei contigo?
Quem sabe caso aqui..
Na dúvida,
Vou contabilizando os números amigos
que conquistei por aqui,
Desde 22 de maio do ano 86.
Poeta ou paparazzi,
Pouco importa a indagação;
Interessa-me é ver a vida
No meu momento de ação.
Com meus olhos e minhas mãos,
O meu olhar de guerreiro,
Não invento meus momentos,
Pois eles em si, São verdadeiros.
Já retratei muita gente,
Profetas, autoridades.
Na praça do pioneiro,
Nos quatros cantos da cidade.
Meu flash que em ti dispara,
Como um relâmpago ligeiro,
Em noite que é hibernal.
Também reluz poesia,
Junto a tecnologia,
Numa coisa natural.
Pois, poemas e fotografias
Nunca estão adormecidos,
Mas primam pela modéstia
Num espaço para existir
AMÉRICA
Moaci Fe nandes
Somos essa multidão
Caminhamos, na mesma direção
Na esperança, de um dia melhorar
Somos parte da mesma rotina
América Latina. Menina,
Me ensina a cantar!
Vejo o suor na tua camisa
Mas isso não te valoriza
Vejo a má distribuição
Falta teto, falta pão!
E ouço o grito da multidão
América, América
Dápramim...
Motivos pra sorrir,
Vivo cansado de chorar
América, América será?
Se é puro pesadelo
Sonhar de ser feliz aqui?...
A pergunta está no ar!
Continua a perguntar:
América, Nordeste, Brasil
Vivem a clamar!
A razão será a face hostil
Que ceifou, quando enganou quem confiou?
O sonho! A esperança!
Vivem a se amenizar
Nordente,
Brasil Vivem a clamar.
América, América
Dápramim...
Motivos pra sorrir
Vivo cansado de chorar
América, América será
Se é um puro pesadelo
Sonhar de ser feliz aqui?
SÓ VIDA
Moaci Fernandes
Quase deixei, de achar lindo,
Milhões de coisas Ao meu redor.
Pobre visão Desiludida,
Enfurecida, Entristeceu.
Mas quando andei assim
Meio deprimido.
Quando experimentei a dor em desafios;
Vi que sem amor, não há primavera.
Nossos olhos, só espinhos podem ver...
Descobrir que é preciso
Enxergar a dor e o riso,
Certamente ajuda viver.
Porque vem a hipocrisia,
a falsidade e a fantasia.
Você quer somente crer:
Que existe só maldade entre nós.
Mas nem tudo é infinito
Só a vida, só vida;
edifica e destrói.
Traz num instante a certeza,
Onde havia ilusão.
Dá aos campos linda flores
E ao mundo a explicação:
Que somos céticos, otimistas;
Anjo e marginais.
Somos sábios e vazios
Mais que os outros animais.
MEU UNIVERSO É COMPLETO COM VOCÊ
Moaci Fernandes
Como foi bom te encontra!
Quero pedir, no amanhã,
Não esquecer de nós.
Sei que virá um novo dia,
Na velocidade de que devora a lembrança.
Mas tenho que fazer alguma coisa pra lembrar...
Deixar o meu olhar contemplativo a procurar
O teu sorriso multicor...
E vou buscar reviver no amanhã
Não esse afã, que nos desfaz,
Mas sentir o sabor do que passou.
Ir mais além que a dor,
No amor que está aqui.
Venha e sinta
A mesma sensação de alguém,
Que multiplicou uma paixão,
Para alimentar o coração
Na plena beleza devida.
Mas não venho falar em nostalgia, não.
Porque a felicidade nunca limitou o prazer.
E quando veja agora,
Onde cada uma completa minha razão de viver. Então...
Eu só preciso lhe dizer
Meu universo é completo com você...
E vou buscar reviver no amanhão
Não esse afã, que nos desfaz,
Mas sentir o sabor do que passou
E mais além que a dor,
No amor que está aqui.
Como foi bom te encontrar!
Quero pedir, no amanhã,
Não esqueças de nós.
FILHOS DO SERTÃO
Moaci Fernandes
Quem é que faz anoitecer em quanto é dia?
Trazendo a não liberdade de querer?
Quem faz o pranto esconder tua alegria?
Quem sabe pode ser você?
Quem sabe pode ser você?
Sei que é difícil suportar os desenganos
E tantos planos, esperando acontecer,
Mas não se entregue à poeira do caminho
Que leva o mundo, do alcance de suas mãos.
Sempre diz assim, uma canção
Solta na mente, dos filhos sertão;
Que vão à luta
Mesmo que história,
Não veja esse existir
Dos filhos do sertão,
Os filhos do sertão...
E se debaixo desse céu azul,
Ontem parecia tudo igual.
Hoje isso ficou na saudade
Quando a dura realidade
Feito uma tempestade, vem!
Levando essa gente nessa estrada,
Onde o tempo traz:
Ansiedade, liberdade,
Na desigualdade que nos faz em vão
Mas precisamos resistir - porque:
Na selva, nos campos;
Nas ruas em qualquer lugar,
Há sempre uma chama,
Que nuca quis se apagar,
Mas pulsa e sangra;
Porque é o mesmo coração
Dos filhos do Sertão
Os filhos do sertão
Os filhos do sertão...
LITERATURA SEMPRE
Como educadora, há mais de trinta anos ministrando aulas de Língua Portuguesa, Redação e
Literatura, não poderia deixar de investir na edição da obra "SELETA: VERSOS E
PROSAS",
justamente porque os seus autores são prata da casa.
Esta produção literária, organizada pelo Centro de Cultura Popular Engenheiro Bernardo
Sayão, vem, tão somente, enriquecer o processo cultural, artístico e literário em nossa crescente e
bela Açailândia.
O pré-modernista Monteiro Lobato, que tanto encanto, traz em seus textos, nos dá uma grande
e preciosa lição: "Um país se faz com homens e livros"
Acreditando na força transformadora da palavra e na revolução que a literatura pode
causar no ser humano, é que a Prefeitura Municipal e a Secretaria de Educação, Cultura, Desporto
e Lazer colaboraram com a publicação desta coletânia que, através dos escritores de Açailândia,
será oferecida a todos que gostam e admiram a Literatura.
Viva a literatura. Literatura sempre!
Prof a. Rosa Maria do Nascimento Sousa
Secretária Municipal de Educação, Cultura, Desporto e Lazer.
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Mestre não é só aquele que ensina, mas também, aquele que aprende com seus alunos. "Evangelista Mota Nascimento"